Startup em 2022: sua empresa está preparada para o próximo ano?

Responder, no fim de 2021, como será sua startup em 2022 é algo bem complicado. Porém, avaliar 2021 para tentar prever e se preparar para o próximo ano é algo possível e necessário.

O ano de 2021 foi muito positivo para o ecossistema brasileiro de startups. Só no segmento de fintechs, que representou a maior parte das movimentações, os investimentos superaram os R$ 19,95 bilhões – ante R$ 10,83 bilhões em 2020 e R$ 6,27 bilhões em 2019. 

A tendência é que essa crescente de aportes e até de M&As se mantenha, inclusive em outros setores, como o de healthtechs, insurtech, edtechs, entre outros. Isso porque o mercado enxerga maturidade no cenário de inovação no Brasil. 

Além disso, há muitas oportunidades e espaço para desenvolvimento em praticamente todas as áreas da economia.

Para quem está no início da jornada de empreendedorismo, todo esse contexto se traduz em um enorme potencial de crescimento, captação de investimentos e – por que não? – fazer história. 

Mas, para que isso seja possível, é preciso “deixar a casa em ordem”, com backoffice organizado, processos bem estabelecidos, constante aprimoramento de tecnologia e de produtos, além de atendimento ao cliente de excelência. 

Uma visão crítica sobre esses aspectos do negócio é fundamental para conseguir levantar os recursos necessários para levá-lo até onde se quer chegar. Confira algumas reflexões importantes para fazer e começar 2022 já com a mão na massa.

Você tem dinheiro em caixa para sua startup em 2022? 

O primeiro ponto a ser avaliado a partir desse olhar crítico é o caixa da empresa e seu fluxo. Isso porque, quando mal gerido, o caixa da empresa pode estar diretamente relacionado ao fracasso do negócio. Afinal, sem dinheiro em mãos, é inviável criar novas frentes de atuação, investir em novas tecnologias e, em última instância, manter o time. 

Para empresas no início de atuação, pode ser muito desafiador ter uma boa saúde financeira, já que o modelo de negócio muitas vezes ainda está sendo testado e validado. 

Adquirir clientes nessa fase ainda exige bastante esforço, ao mesmo tempo que os custos de montar a estrutura necessária para entregar um bom produto são muitos – e até parecem imprevisíveis. 

Nesse contexto, faz sentido contar com o apoio de investidores. Além de injetar capital no negócio, que vão garantir a saúde financeira por um período importante de tempo, eles costumam agregar com a expertise de quem já esteve diretamente envolvido no crescimento de outras empresas. 

Com dinheiro em caixa, sua empresa fica menos vulnerável a imprevistos. Por exemplo, as empresas que tinham dinheiro em caixa em março de 2020, conseguiram garantir a sobrevivência por mais tempo que aquelas que estavam descapitalizadas. 

Além disso, as finanças organizadas e no azul liberam o empreendedor para focar no que realmente importa: escalar o negócio, conquistar mais clientes e, consequentemente, aumentar o faturamento. 

Startup em 2022: você já atingiu um modelo de negócios escalável? 

Muito se fala sobre a escalabilidade do negócio, mas muitas vezes o termo é usado de maneira equivocada. Escalar não significa somente aumentar o faturamento, mas sim fazer isso sem elevar os custos em paralelo. 

Em outras palavras, trata-se de maximizar os ganhos, mantendo as despesas baixas. 

Para identificar se o seu modelo de negócios é realmente escalável, é importante olhar para o seu fluxo de caixa e avaliar os padrões de entrada e de saída. 

Se pensarmos em um gráfico, a linha referente aos ganhos deve estar em uma trajetória de ascensão, enquanto que a dos custos deve se manter na horizontal. 

Se esse for o caso, o próximo passo é entender como você conquistou esse padrão. Uma forma de fazer isso é por meio de perguntas como: 

– Você conseguiu trabalhar com mão de obra e fornecedores mais baratos?
– Seu marketing digital foi bem sucedido?
– O custo de aquisição por clientes que caiu?

A partir de reflexões como essas, será possível extrair insights que devem apontar para os caminhos mais estratégicos a seguir. Afinal, existem muitos modelos de escalabilidade. 

Entre eles, destacam-se:

  • Escalabilidade horizontal: nesse caso, o foco é alcançar um universo maior de clientes, por meio de diversos segmentos. Pense em varejistas como a Amazon e a Magalu, por exemplo, que vendem de eletrodomésticos a livros, passando por roupas e objetos de decoração. 
  • Escalabilidade vertical: esse modelo é focado em conquistar muitos clientes de um nicho específico, dominando esse mercado. É o caso por exemplo da Westwing, por exemplo, que é totalmente focada em objetos de decoração e organização para a casa. 

É hora de escalar sua startup em 2022

Caso você identifique que o modelo de negócio adotado até o momento não é escalável, é hora de fazer uma rápida mudança de rota. Isso porque a escalabilidade não afeta apenas o caixa da empresa, mas tem um grande impacto no ritmo de crescimento e na percepção de valor da marca por parte de possíveis investidores. 

O primeiro passo nesse sentido é identificar qual caminho seguir, com base no conhecimento adquirido sobre a sua própria base de clientes, concorrência e na tecnologia disponível. 

Vale a pena se questionar se é possível expandir dentro do seu próprio nicho ou se, no momento, faz mais sentido olhar para mercados paralelos. 

Quais frentes podem ser automatizadas ou  os potenciais clientes que ainda não foram impactados pela concorrência são algumas das perguntas que podem indicar boas direções. 

Definida a estratégia, é hora de testá-la! As metodologias ágeis oferecem algumas possibilidades que podem ser muito proveitosas nessa fase, como trabalhar um MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável, em português). 

Trata-se de desenvolver a versão mais simples possível de um produto para validar a ideia antes de lançar a versão final. 

Por meio dessa experiência, é possível explorar quais as melhores estratégias de marketing digital, aprimorar a tecnologia envolvida, recolher feedbacks dos clientes e aplicar todo esse aprendizado para maximizar ganhos, mantendo os custos baixos. 

Em que fase você está? 

Com base nas projeções do caixa da startup, é possível começar a planejar as rodadas de captação de acordo com a fase em que sua startup se encontra. Cada uma delas tem um papel específico para o desenvolvimento e crescimento da empresa. 

A rodada seed, por exemplo, deve ser realizada quando o produto já começou a ser validado e o foco está em descobrir o Product Market Fit, ou ajuste do produto ao mercado, e o perfil dos clientes.

Já a rodada série A deve ser levantada no momento em que o objetivo é expandir a base de usuários e, a depender dos feedbacks dos clientes, lançar novas frentes de atuação que venham agregar à experiência do usuário.

Na série B, o negócio já está mais maduro e a intenção com o valor levantado na rodada está ligada a ganhar market share, aprimorar processos, realizar contratações estratégicas e, muitas vezes, até adquirir outras empresas que sejam estratégicas para a escalabilidade do negócio.  

A série C costuma estar atrelada a um momento de muito crescimento e expansão, com aquisição de novas empresas, chegada a outros países e lançamentos de novos produtos e serviços, ao mesmo tempo em que há um grande crescimento na base de clientes.

As séries D e E seguem nessa crescente e confirmam a confiança e a aposta dos investidores no negócio. 

É importante seguir esse fluxo, de acordo com a maturidade do negócio, sem pular etapas, já que cada uma é muito importante para criar uma base sólida e sustentável, que vai garantir o sucesso da empresa por muito tempo. 

Startup em 2022: comece a procurar investimento agora 

Se você, como empreendedor, identificar que, ao longo do ano de 2022 será importante levantar capital para desenvolver o negócio, já é o momento de começar a conversa com fundos de venture capital e outros possíveis investidores, de acordo com o grau de maturidade da operação. 

Para que o pitch seja bem sucedido, é fundamental que você seja capaz de demonstrar as estratégias que serão adotadas para escalar o negócio e, com isso, conquistar mercado. Os investidores devem ser capazes de visualizar onde os valores serão investidos e o porquê de cada decisão.

No entanto, mais do que planos, é fundamental trazer fatos que amparem o que está sendo argumentado. 

Nesse sentido, balanços financeiros que demonstrem a saúde do caixa, tecnologias proprietárias comprovadamente eficientes e um time de alta performance com experiência relevante comprovada podem fazer toda a diferença para conquistar a confiança e, com isso, receber o aporte desejado. 

Em paralelo a essas conversas, é o momento de organizar a logística de como esse valor será recebido. A escolha de um bom parceiro nesse momento é muito estratégica, pois impacta diretamente no timing e até na quantia final que será depositada, já que são muitas as taxas envolvidas. 

A Remessa Online, por exemplo, permite o recebimento de valores do exterior com as menores taxas do mercado, respeitando todas as normas do Banco Central, e com atendimento personalizado.

Não é cedo demais para pensar em 2023

Os planejamentos não devem se limitar somente ao ano que vem. Os planos para uma empresa devem sempre envolver o curto, médio e longo prazo. 

Isso significa que não basta traçar as estratégias para a captação da rodada seed, mas também para o que vem depois dela, inclusive uma rodada série A, por exemplo. Afinal, a ideia é que o desenvolvimento, crescimento e evolução do negócio sejam contínuos.

O ano de 2023 pode parecer distante, mas na verdade os frutos que serão colhidos neste ano serão resultado do que será plantado ainda em 2022. 

Por isso, é importante que todo o time tenha visão clara sobre quais caminhos serão trilhados e para quais objetivos eles levam.

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