Cooperativismo: o que é e por que investir nesse modelo de negócio?

Em um mundo cada vez mais globalizado, o cooperativismo é um modelo interessante de negócio que reúne pessoas e empresas em torno de um mesmo objetivo. Entenda!

Para garantir a qualidade dos produtos e serviços, uma empresa precisa contar com o talento dos profissionais envolvidos. Nesse sentido, o cooperativismo torna-se um modelo interessante de negócio, uma vez que foca no sucesso coletivo.

Diante de um mesmo objetivo, pessoas e empresa, atuam juntas em um esforço colaborativo para que os resultados sejam satisfatórios. A busca pelo desenvolvimento econômico e social pode ser menos árdua e mais produtiva, quando todos se ajudam mutuamente.

Neste post você vai entender o que é e como funciona o cooperativismo, além dos princípios que regem esse modelo de negócio. Continue lendo e veja as vantagens de uma organização cooperativa para as empresas e os profissionais!

O que é e como funciona o cooperativismo?

A grosso modo, o cooperativismo é a colaboração entre pessoas, com interesses em comum, visando resultados efetivos que sejam satisfatórios para todos. Portanto, um modelo de negócio é um movimento social e econômico, que permite que um grupo de pessoas compartilhem dos mesmo princípios.

A ideia é buscar oportunidades e condições de melhoria e crescimento, tanto para o negócio, quanto para os profissionais. O trabalho, baseado na cooperação, defende uma gestão democrática, onde as decisões são tomadas de modo linear e igualitário.

Mais do que a obtenção de lucro, o cooperativismo defende o benefício para todos, um modelo autônomo e independente. A cooperativa é um empreendimento que preza pela coletividade em todas as etapas e processos que envolvem a área de atuação.

O cooperativismo se divide em sociedades cooperativas, podendo se organizar de diferentes formas, levando em conta o porte e a necessidade. São três as possibilidades de estrutura para nortear o cooperado e ajudá-lo a compreender o modo de atuação desse modelo.

Singular

É a forma mais simples de cooperativa, que representa diretamente os interesses dos cooperados, prestando serviços dentro do segmento cooperativo. Nessa estrutura, é possível atender pessoas físicas e pessoas jurídicas, exceto empresas que atuem no mesmo ramo da cooperativa.

Central

Chamada de federação, a cooperativa central reúne as cooperativas singulares, de uma ou mais regiões, representando interesses em comum. A ideia é concentrar no mínimo três cooperativas singulares no intuito de promover uma expansão fortalecida e promissora para os cooperados.

Confederação

Responsável por decisões maiores e mais complexas, a confederação é a união de três ou mais cooperativas centrais. Esse tipo de sociedade demanda um nível maior de segurança e de organização, uma vez que compõe uma estrutura robusta de gestão cooperativa.

Quais são os princípios desse modelo de negócio?

O cooperativismo se divide em 7 princípios básicos, com valores bem estabelecidos, que direcionam esse modelo de organização. Eles são os pilares de uma cooperativa datados de 1844.

Veja como funciona cada um deles!

1. Adesão voluntária e livre

Esse princípio determina que qualquer pessoa interessada em participar de uma cooperativa e que esteja em concordância com os objetivos, será bem-vinda. Sem discriminação de qualquer natureza — gênero, etnia, classe, ideologia política ou crença religiosa — o mais importante é estar disposto a assumir responsabilidades.

O envolvimento com os problemas da comunidade e com a necessidade de desenvolvimento econômico deve prevalecer. Os cooperados são voluntários de uma causa social importante e devem colocar os interesses próprios aquém da coletividade.

2. Gestão democrática

No cooperativismo todos os membros compartilham o comando e controle, primando por uma gestão baseada na democracia. O ideal é que todos participem ativamente da tomada de decisões, o que inclui pontos importantes, como:

  • formulação de políticas;
  • escolha de representantes oficiais;
  • definição de projetos e atividades.

3. Participação econômica dos membros

É dever de cada cooperado contribuir com o capital da organização, investindo conforme a decisão coletiva. O valor é de propriedade comum da cooperativa, podendo ser usado para a compra de equipamentos ou custeios das atividades.

No caso de sobra ou excedente, o valor pode ser convertido em benefício e dividido entre os cooperados. Para garantir a transparência e a segurança do repasse, a destinação desse dinheiro, geralmente, é definida em uma assembleia.

O sistema cooperativista é isento de tributos, o que permite oferecer serviços com uma melhor taxa de retorno. Com isso, os rendimentos são mais elevados, comparados às práticas do mercado em outros modelos de negócio.

4. Autonomia e independência

Para crescer e se desenvolver economicamente é importante que a cooperativa firme acordos e parcerias, com organizações públicas e privadas. No entanto, apesar da expansão, as decisões se mantêm dentro da cooperativa e são tomadas pelos membros efetivos.

Embora seja crucial fomentar a atuação e participação da organização no mercado, a filosofia e essência cooperativa deve permanecer. Seu bom funcionamento está, justamente, na colaboração entre os cooperados, amparada pelo interesse comum.

5. Educação, formação e informação

Entre as funções do cooperativismo está o desenvolvimento das comunidades associadas, o que se acredita ser possível por meio da educação. Para capacitar e preparar os associados para o mercado é preciso promover a informação e proporcionar formação adequada.

Ao oferecer palestras, workshops, treinamentos e cursos técnicos, por exemplo, as cooperativas formam uma mão de obra mais qualificada. Dessa forma, a educação tem um impacto positivo na qualificação de pessoas e negócios, aumentando a produtividade e a competitividade no mercado.

6. Intercooperação

A intercooperação é ir além da atuação dos cooperados locais, abrangendo as cooperativas regionais, nacionais e até internacionais. Esse é um princípio que agrega valor, desde que as ações sejam para o bem comum, não importando os limites geográficos e/ou culturais.

É uma prática colaborativa e solidária, em que as cooperativas trabalham juntas, buscando o fortalecimento desse modelo organizacional. Um coletivo que valida o formato e mostra seus diferenciais e potencial de relevância para a sociedade.

7. Interesse pela comunidade

Por falar em diferenciais, um dos princípios mais profundos do cooperativismo está no interesse genuíno pelas comunidades próximas. A promoção de um desenvolvimento sustentável, partindo de uma escala mínima de negócio para alcançar grandes oportunidades é uma das vertentes exploradas.

Mesmo com as possibilidades de intercooperação, o foco de atenção, primeiro se detém nos problemas locais para que a comunidade prospere. Há uma realidade urgente de desenvolvimento socioeconômico bem próxima, o que incapacita as cooperativas quererem enxergar tão longe.

Qual é o papel do cooperativismo no mercado?

A missão de uma cooperativa é vincular o desenvolvimento socioeconômico à produtividade e sustentabilidade, fomentando esses aspectos em benefícios de todos. Os passos e ações são baseados na cooperação, transformação e equilíbrio, o que contribui para a geração de empregos e riqueza do país.

É importante salientar o surgimento do cooperativismo no Brasil, iniciado em 1889. Assim como a  Lei n.º 5.764/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo — o cooperativismo representa boa parte da economia do país.

Face a um mundo desigual, o cooperativismo propõe o equilíbrio da justiça social com a prosperidade econômica. Em contrapartida, os resultados financeiros vão de encontro à sustentabilidade, equalizando os interesses coletivos e individuais.

Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, 4.880 cooperativas estão registradas no país até dezembro de 2021. São milhares de pessoas envolvidas, que juntas enfrentam desafios diversos para que os resultados sejam amplos e benéficos para o coletivo.

Esse número, dividido por estados, reflete o movimento, conforme a região, estrutura e abrangência geográfica:

NORTE

  • 50 – Roraima
  • 74 – Amapá
  • 83 – Amazonas
  • 237 – Pará
  • 73 – Acre
  • 69 – Rondônia
  • 30 – Tocantins

NORDESTE

  • 58 – Maranhão
  • 121 – Ceará
  • 93 – Rio Grande do Norte
  • 94 – Piauí
  • 88 – Paraíba
  • 132 – Pernambuco
  • 77 – Alagoas
  • 42 – Sergipe
  • 185 – Bahia

CENTRO-OESTE

  • 168 – Mato Grosso
  • 87 – Distrito Federal
  • 249 – Goiás
  • 71 – Mato Grosso do Sul

SUDESTE

  • 770 – Minas Gerais
  • 105 – Espírito Santo
  • 417 – Rio de Janeiro
  • 619 – São Paulo

SUL

  • 216 – Paraná
  • 251 – Santa Catarina
  • 421 – Rio Grande do Sul

O papel do cooperativismo é notável e de suma importância para o mercado, sobretudo, pelos ramos de atividade em que está inserido. Leia a seguir:

  • Agropecuário: atividades como agropecuária, extrativista, agroindustrial, aquícola ou pesqueira;
  • Consumo: cooperativas que realizam compras em comum, tanto de produtos quanto de serviços, como supermercados e farmácias.
  • Financeiras: relacionadas à oferta de soluções financeiras como empréstimos, financiamentos, aplicações;
  • Infraestrutura: organizações fornecedoras de serviços essenciais como energia, telefonia e construção de habitações;
  • Saúde: organizações formadas por médicos, dentistas, psicólogos e outros, com o intuito de preservar e promover a saúde humana;
  • Trabalho, Bens e Serviços: foco em serviços especializados a terceiros ou em instituições que produzem bens;
  • Transporte: prestação de serviços de transporte de cargas e passageiros – táxi, ônibus, transporte escolar, frete de mercadorias.

Quais são as vantagens do cooperativismo para empresas e profissionais?

O modelo organizacional por cooperativas é favorável às empresas e profissionais que enxergam o mercado pelo mesmo prisma econômico e social. Os benefícios são amplos, alinhados ao forte conceito de atuação baseada na ajuda mútua e nas expectativas de resultados. Acompanhe!

Vantagens para as empresas

As pequenas e médias empresas (PMEs) são as mais beneficiadas em se filiar a uma ou mais cooperativas. Com a intervenção da cooperativa, pequenos negócios podem adquirir produtos e insumos com preços mais acessíveis, impulsionando as vendas e aumento da lucratividade.

Com isso, a possibilidade real de atuação no mercado e fomentação da economia, fortalece a competitividade. Assim, a depender do ramo de atuação, ter vínculo com as cooperativas locais, aumenta o poder de compra e facilita a exploração de oportunidades. Isso talvez seria mais difícil em um ambiente de trabalho isolado.

A participação nos lucros é outro ponto positivo dessa parceria, quando se considera que todos os cooperados têm direito a receber o rateio dos excedentes. Logo, na relação gastos x produtividade, maiores são as chances de ganhos para todos, ao final de cada exercício.

Vale ressaltar, no entanto, que os associados participam tanto dos lucros, quanto de possíveis prejuízos gerados, por isso, o comprometimento e empenho de todos é essencial. Ainda que exista a obrigatoriedade de um fundo de reserva correspondente a no mínimo 10% das sobras líquidas.

Vantagens para os profissionais

Para os cooperados pessoa física, o cooperativismo funciona como um intermediário de acesso e atuação ao mercado. Algo que talvez fosse mais difícil ou até mesmo impossível, sem a ajuda de uma cooperativa para criar oportunidades.

Esse é um cenário bastante comum no ramo agropecuário, onde pequenos produtores podem ter mais vantagens como cooperado. A iniciativa de juntar os objetivos e fomentar a economia dá vazão a uma parceria mais forte e articulada.

A inserção de uma cooperativa no mercado é mais ampla, sendo uma voz potente nas negociações em prol dos seus cooperados. Muitos profissionais autônomos, de diversas áreas, se beneficiam da gestão democrática nas cooperativas, e participam ativamente, sem precisar gerenciar sozinhos uma empresa.

Quanto mais consolidada a cooperativa, maior seu poder de acesso ao mercado, o que contribui para alavancar negócios. Entre as vantagens que um cooperado individual pode ter, estão:

  • inclusão no mercado sem exigência de porte ou comprovação de produtividade;
  • geração e distribuição igualitária de renda;
  • economia escalada nos processo de compra e venda (favorecida pela coletividade);
  • acesso a diferentes mercados;
  • participação nas decisões;
  • acesso a serviços e tecnologias (sem a necessidade de investimentos próprios).

As cooperativas têm um senso comunitário diferente, que reflete no atendimento e relacionamento com os cooperados. Mais do que números e ganhos, o maior interesse das cooperativas é ver seus associados conquistando sonhos por meio de seus negócios.

O tratamento afetivo e acolhedor é uma das características do cooperativismo, que acredita no respeito e igualdade como princípios da abordagem. O envolvimento direto, bem como a participação nas decisões, criam laços profundos entre os cooperados.

Por ser um modelo de organização cada vez mais difundido e bem-sucedido no Brasil e no mundo, o cooperativismo ganhou um dia para chamar de seu. Anualmente, no primeiro sábado do mês de julho é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo, antes chamado de Dia da Cooperação.

A data é um símbolo da confraternização e união de esforços de todos aqueles ligados ao movimento corporativista. Nessa data, diversas sociedades e organizações promovem no mundo inteiro um ciclo de eventos como palestras, workshops, apresentação de cases e exposições.

Cada ano possui uma temática diferente, com fóruns de discussão sobre os problemas e propostas de soluções viáveis. Já foram temas de edições anteriores:

  • ações climáticas;
  • dignidade no trabalho;
  • inclusão e acessibilidade;
  • empreendedorismo na juventude;
  • igualdade de oportunidades;
  • enfrentamento da crise econômica.

Ser um cooperado e utilizar os serviços desse modelo de negócio é uma forma de acelerar o processo de entrada e consolidação no mercado. O modelo fornece toda estrutura – gerencial, emocional, social e de relacionamento – para que seus cooperados tenham sucesso como empreendedores.

O cooperativismo ultrapassa a linha das relações profissionais e organizacionais, abraçando projetos e sonhos de uma forma única e personalizada. Seu diferencial está em incluir cada um dentro desse modelo coletivo, buscando atender, estrategicamente, as aspirações e expectativas de todos.

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Resumindo

O que é o cooperativismo?

É a colaboração entre pessoas, com interesses em comum, visando resultados efetivos que sejam satisfatórios para todos. O modelo de negócio é um movimento social e econômico, que permite que um grupo de pessoas compartilhem os mesmos princípios.

Como se divide o cooperativismo?

O cooperativismo se divide em três estruturas de sociedades cooperativas:
– Singular – estrutura única e simplificada;
– Central – a união de três ou mais sociedades cooperativas singulares;
– Confederação – a união de três ou mais cooperativas centrais.

Quais são os princípios do cooperativismo?

Os princípios do cooperativismo são:
– adesão voluntária e livre;
– gestão democrática;
– participação econômica dos membros;
– autonomia e independência;
– educação, formação e informação;
– intercooperação;
– interesse pela comunidade.

Quais são os ramos de atividade cooperativista?

Os ramos de atividade cooperativista são:
– Agropecuário;
– Consumo;
– Financeiras;
– Infraestrutura;
– Saúde;
– Trabalho, Bens e Serviços.

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