De Olho no Câmbio #219: É a vez do Real

A moeda brasileira parece ter começado o mês de abril com o pé direito depois de um mês de março bastante atribulado. O risco de contágio depois das falências bancárias nos Estados Unidos acabou inibindo todo e qualquer tipo de movimento de valorização das moedas não-conversíveis. Agora, com os ânimos ligeiramente mais calmos e com o risco de contágio, aparentemente, descartado (eu disse aparentemente), as moedas dos países em desenvolvimento ensaiam um pequeno processo de valorização em relação ao dólar. O que vem pela frente? Podemos esperar por uma continuidade nesta tendência de valorização da divisa brasileira? Saiba quais são as nossas expectativas para os próximos dias.

Real vs Dólar
Real vs Euro
Real vs Libra Esterlina

Perspectivas

Nos Estados Unidos, as recentes pesquisas sobre o mercado de trabalho (JOLTs e ADP) sugerem uma leve acomodação da atividade econômico norte-americana. para ser mais exato, na manhã desta quinta-feira (06), o volume semanal de novos pedidos de seguro-desemprego alcançou a marca de 228 mil, o nível mais elevado desde a primeira semana de dezembro do ano passado. Talvez esses sejam os primeiros indícios de que a economia dos Estados Unidos esteja finalmente desacelerando.

O arrefecimento da maior economia do mundo abre caminho para que o Federal Reserve (banco central norte-americano) opte por não realizar um novo aumento de juros na próxima reunião de política monetária, em maio.

Se o término do ciclo de aperto monetário se deu mesmo em março, isso é potencialmente benigno ao real, que deve continuar em trajetória de valorização.

Na Europa o cenário é diferente. Com um quadro mais agudo de inflação (Reino Unido com variação anual de preços em 10,4%) a expectativa é de que os bancos centrais locais tenham que operar o ciclo mais distendido de aumento de juros e, mesmo após o término da normalização da política monetária, esperamos juros alto por um longo período.

Se essa leitura se materializar a tendência é de que o real ganhe terreno de forma muito mais lenta e gradual em relação às moedas européias.

Seguimos de olho.

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