Fases de financiamento: entendendo o momento da sua startup

Se o momento é ideal para buscar investimentos fora do país, é importante que o investidor tenha noção de qual etapa a sua startup está. Isso impacta fortemente nas expectativas de investimento, e valuation (o quanto vale sua empresa) e também que tipo de investidor você vai visitar e tentar vender sua empresa. 

No total, você tem 7 fases diferentes que startups passam. Cada uma delas tem a ver com a sua necessidade de capital e tamanho de empresa. Vamos entender isso melhor:

As Fases de Financiamento Pré-Seed

Esta fase do financiamento geralmente se refere ao período em que uma startup está tirando suas operações do chão, começando a ter despesas financeiras que precisam ser honradas. Ele é tão inicial que é comumente chamado de FFF (Family, Friends and Fools – Família, Amigos e Tolos em inglês).

É provável que os investidores não façam seus investimentos buscando uma participação na empresa neste momento – afinal, geralmente são pessoas próximas e conhecidas. Essa fase depende muito da natureza da sua startup e dos custos iniciais que você deve considerar ao desenvolver o modelo de negócio.

É muito comum o empreendedor pular essa fase usando seus próprios recursos existentes para iniciar a operação, o que é conhecido como bootstrapping. 

Esse é o momento de maior tensão na empresa – geralmente são apenas os fundadores e alguns poucos funcionários, todos eles trabalhando incontáveis horas para dar conta. Durante esta etapa, muitos empreendedores também buscam orientação de outros que passaram por experiências semelhante a eles – e é comum receber investimentos destes mentores.

Potenciais Investidores da Fase Pré-Seed

Os investidores pré-série mais comuns são:

Proprietários de startups

Amigos e Família

Fase Seed

Depois do estágio de pré-seed, é hora de realmente plantar a semente, o “Seed Capital” ou “Capital Semente” como alguns chamam no Brasil. Quase um terço das startups morre aqui por ficar sem capital neste momento de existência, o que torna o capital semente fundamental para a saúde da empresa.

Os custos aqui geralmente são crescentes – e os empreendedores muitas vezes estão despreparados. O maior erro que os fundadores podem cometer neste momento é esperar até que tenham muito pouco dinheiro disponível antes da captação de recursos. 

As apostas são ainda maiores porque, nesta fase, as startups não podem garantir um modelo de negócio de sucesso – afinal, ainda não validaram completamente seu produto ou encontraram uma forma de monetizá-lo. 

O financiamento seed permite que uma startup financie os custos do lançamento do produto, obtenha tração através do marketing, inicie importantes contratações e novas pesquisas de mercado para o desenvolvimento de produtos-ajuste no mercado.

Aqui, o MVP começa a tomar forma do produto final. Este é um momento crítico para qualquer startup.  

Potenciais Investidores das Fases de Sementes

Os tipos comuns de investidores que participam do financiamento de sementes são:

Investidores-Anjo

Fundos de Risco em Estágio Inicial (Micro VCs)

Crowdfunding

Series A Funding Stage

Passado a hora da maior incerteza, sua startup começa a tomar uma forma mais estabelecida – mas os custos também são grandes, cada vez maiores. 

Validado o produto da empresa e começando a ganhar tração, é hora de buscar o apoio de investidores institucionais, como os Fundos de Venture Capital. 

Assim sendo, a Série A é a primeira rodada de financiamento de capital de risco. E é a primeira em que os investimentos são majoritariamente estrangeiros – se você está levantando alguma Série A, provavelmente você terá um investidor estrangeiro.

Neste momento, a startup deve ter um produto desenvolvido e uma base de clientes com fluxo de receita consistente e previsível, em alta – o investimento aqui é para acelerar esse investimento. Esta é uma oportunidade ideal que permite que as startups entrem em diferentes mercados.

Na rodada de financiamento da Série A, é significativo já ter um plano de negócios que permita projetar lucros a longo prazo. Ou seja, a sua ideia já deve ter saído do papel e monetizada. 

É importante conhecer seus potenciais investidores cedo e começar o processo muito antes da conclusão – até mesmo seis meses antes de quando você acredita que precisará do dinheiro.

O financiamento da Série A vem principalmente de investidores anjo e fundos tradicionais de capital de risco. Eles não estão procurando mais “grandes ideias”. 

Em vez disso, eles estão procurando startups com uma estratégia de negócios sólida que pode transformar sua grande ideia em uma organização de sucesso, fazendo dinheiro, permitindo que os investidores colhem os benefícios de seu investimento.

Um único investidor pode servir como uma “âncora”, uma vez que uma startup tenha garantido seu primeiro investidor, é mais fácil atrair investidores adicionais. Embora os investidores anjo possam ainda investir durante esta etapa, eles tendem a ser muito menos presentes do que as empresas de venture capital.

Potenciais Investidores para a Série A

Investidores-Anjo

Fundos de Venture Capital

Fases de Financiamento da Série B

As startups que passam pelas fases anteriores de financiamento de startups (financiamento seed e Série A) já desenvolveram uma base substancial de usuários ao lado de um fluxo constante de receita. 

Eles provaram a si mesmos na frente de seus investidores que eles podem alcançar o sucesso em uma escala maior. E geralmente precisam de mais dinheiro para continuar o ritmo de crescimento – o que começa os investimentos Série B, C, D, E…

Os investidores auxiliam empresas a expandirem seus horizontes financiando que a empresa aumente seu alcance de mercado, aumentando seu market share, formar equipes operacionais como marketing, desenvolvimento de negócios e customer success. A etapa de financiamento Série B permite que as startups cresçam para que possam atender às diversas demandas de seus clientes e também competir em mercados com grande concorrência.

A fase de financiamento Série B pode parecer ser muito semelhante à Série A em tudo mais, incluindo aí os mesmos investidores, com uma âncora provavelmente e outros investidores. O valuation da empresa quase sempre cresce bastante entre a Série A e Série B. 

Há uma grande diferença que novos fundos de venture capital podem começar a se interessar nestas startups. Há aqueles fundos cuja tese de investimento é ligada ao tamanho da empresa, o que diminui os ganhos com o investimento mas também aumenta a taxa de sucesso. 

Potenciais Investidores para a Série B

Capitalistas de Risco

Fundos de Venture Capital

Fases de Financiamento da Série C

As startups que chegam à fase de financiamento da Série C precisam de grandes quantias para continuar seu caminho de crescimento. Essas startups buscam mais financiamento que possam ajudá-las a construir novos produtos, alcançar novos mercados, até mesmo adquirir outras startups que possuam tecnologias ou produtos que sejam compatíveis para ela.

Na fase de financiamento da Série C, os investidores já estão financiando startups de sucesso, com poucas chances de perder todo o dinheiro investido – que, até a Série A, é uma possibilidade muito real. 

Nesse momento, as operações de startup são menos arriscadas, enquanto mais investidores estão entrando para jogar. Muitos fundos de hedge, bancos de investimento, empresas de private equity etc. investirão pela primeira vez em sua startup durante a fase da Série C.

A razão por trás disso é que a startup já provou ser um sucesso operacional, e provavelmente está se preparando para uma abertura de capital.

Lembre-se que as startups que se engajam no Financiamento da Série C são bem estabelecidas e conhecidas, possuem uma forte base de clientes, adquiriram fluxos de receita estáveis ao lado de históricos comprovados de seu crescimento e querem expandir suas operações em escala global. No Brasil, estão entre as maiores e mais conhecidas do país. 

Se você ainda não realizou nada disso, então você ainda não está pronto para o financiamento da Série C.

Potenciais Investidores para a Série C

Fundos de Venture Capital em estágio final

Empresas de Private Equity

Fundos de Hedge

Bancos de Investimento

Fases de Financiamento da Série D e outros

Poucas startups possuem necessidade de ir a esse estágio, a maior parte passa da Série C para a abertura de capital e já são lucrativas. A etapa de financiamento da Série D ocorre quando uma startup está em um mercado muito competitivo, está preparando uma fusão ou precisa crescer ainda mais antes da abertura de capital.

Além disso, se uma startup não conseguiu alcançar seu marco de crescimento com os fundos da Série C, então ela encontrará a necessidade de obter mais fundos através do financiamento da Série D para se manter à tona. Raras são as startups aqui que não encontraram um modelo de negócios replicável e escalável. 

Muitas aqui já atingiram o patamar de unicórnios, ou seja, possuem valuation de mais de US$ 1 bilhão – e a Série D é a primeira realizada neste valor. Além disso, estão em diversos mercados diferentes e são conhecidíssimas pelo público. 

Não é incomum ver investimentos superando a casa dos US$ 100 milhões na Série D. 

Potenciais Investidores para a Série D

Fundos Venture Capital em estágio final

Empresas de Private Equity

Fundos de Hedge

Bancos

Oferta Pública Inicial (IPO)

IPO é o processo de oferta de ações corporativas ao público em geral pela primeira vez. Cada vez mais as startups brasileiras estão cogitando essa possibilidade, que se torna o “último investimento” enquanto ela ainda é considerada uma startup. 

Startups em crescimento muitas vezes usam esse processo para levantar dinheiro, mas também é comum que a oferta seja parcialmente secundária. Ou seja, muitas vezes são os investidores e os sócios (fundadores, funcionários com equity, etc) que estão vendendo sua participação para o mercado. Por isso, o IPO é tido como “o fim” do ciclo de investimentos, principalmente nos Estados Unidos. 

Startups brasileiras estão considerando cada vez mais abrir o capital nos Estados Unidos. Elas os fazem para poderem ser comparadas com outras startups globais que abriram o capital por lá – o que aumenta a possibilidade de um valuation maior e também traz mais cobertura de players institucionais, como fundos de investimentos em ações e bancos.

Benefícios do IPO

Levantar fundos para a startup não é o único benefício que os empreendedores desfrutam em caso de oferta pública. Algumas outras vantagens são:

Uma organização de capital aberto é capaz de levantar fundos adicionais através de follow-ons, seguindo o mesmo ritual.

Muitas organizações públicas compensam os executivos através de ações. As ações de uma empresa de capital aberto são mais atraentes para os funcionários, pois as ações podem ser vendidas mais facilmente. 

As fusões são mais fáceis para uma empresa de capital aberto, pois ela pode começar a utilizar suas ações para adquirir outra companhia.

Conclusão

Sabendo que o investimento em startups é um processo longo e complicado, que pode demorar anos entre uma fase e outra, o empreendedor precisa estar muito bem-preparado para tal jornada. 

“Arrumar a casa” e fazer as projeções financeiras para garantir que os processos de captação sejam realizados no momento correto é um imperativo para que as startups consigam subir essa escada de crescimento. 

Outras burocracias podem ser terríveis e acabar matando o projeto da empresa: um dinheiro que fica preso no exterior na hora errada pode ser um golpe fatal. Por isso, é importante que todos os processos sejam realizados com o maior conhecimento possível. É para isso que a Remessa Online existe. 

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