De Olho no Câmbio #216: As falências bancárias em meio ao aperto monetário

A última semana foi marcada por grandes falências bancárias nos Estados Unidos. Primeiro foi o Silicon Valley Bank e, posteriormente o Signature Bank, representando a segunda e a terceira maiores falências bancárias da história dos Estados Unidos. Estes eventos acabaram produzindo uma forte queda no preço das ações de outros bancos locais como o First Republic, que deve ser salvo por outros agentes do mercado financeiro. O temor em relação à saúde bancária do sistema financeiro chegou até a Europa com as dificuldades materiais apontadas pelo Credit Suisse. Tudo isso, obviamente, interrompeu um ciclo de valorização da moeda brasileira em relação ao dólar e trouxe muita volatilidade ao mercado de câmbio.

Real vs Dólar
Real vs Euro
Real vs Libra Esterlina

Perspectivas

Apesar das falências e resgates de bancos americanos e da dificuldade do Credit Suisse, o Fed não deve arredar o pé do seu ciclo de ajuste da  taxa de juros. O aumento da aversão ao risco e um potencial espraiamento desse problema para outros bancos acabou trazendo à tona a possibilidade de o Fed interromper os aumentos de juros sem operar os ajustes residuais já precificados para março e maio.

No entanto, o recente comportamento da inflação e da própria atividade econômica americana, continuam prescrevendo (no olhar do Fed) mais aumentos de juros. Vamos lembrar que uma semana atrás o mercado discutia exatamente o oposto: a necessidade de acelerar o ritmo de aumento de juros.

Com tudo isso, ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresente o novo arcabouço fiscal na semana que vem, e que este seja bem recebido pelo mercado, os efeitos sobre o câmbio podem ser reduzidos se esse quadro financeiro se agravar ao longo da semana.

Seguimos de olho.

Related posts

Índice de Preços ao Produtor alemão endossa cortes de juros em junho

Segunda prévia do IGP-M é destaque da segunda-feira

De Olho no Câmbio #277: Semana de recuperação do real contou com o Copom