Pós eleições: Cenário político-econômico para 2019

Bolsonaro e a economia: e agora? Para onde vai o dólar?

Bolsonaro foi eleito Presidente da República e deverá assumir o comando do executivo em 1º de janeiro de 2019. Tendo isso em mente, é comum que muitas pessoas perguntem qual será o valor do dólar e qual será o cenário político-econômico? O que o mercado espera de Bolsonaro? Quais são as reformas necessárias para que o país volte a respirar e o real se valorize?

O que esperar do Jair Bolsonaro

Junto com a faixa presidencial que receberá do atual presidente Michel Temer, o novo presidente eleito Jair Messias Bolsonaro herdará enormes desafios: crescente e insustentável dívida pública, uma população polarizada e uma oposição ferrenha, uma indústria em frangalhos, além da “obrigação” de cumprir algumas promessas eleitorais que analistas dizem beirar o infactível.

O mercado vê com bons olhos as intenções do recém eleito presidente, capitaneado em grande parte por seu guru econômico Paulo Guedes. No entanto, passada a eleição, as atenções se voltam para a fase de transição de governo, na qual será definida a futura equipe ministerial e poderemos observar as primeiras sinalizações de medidas que serão tomadas a partir da data de posse do presidente.

Desafios do presidente eleito Jair Bolsonaro

A economia do Brasil

Vamos explicar brevemente o cenário político-econômico do Brasil para entendermos um pouco dos desafios que nosso próximo presidente encontrará pela frente.

O Brasil tem um enorme problema fiscal a ser resolvido, uma indústria com capacidade ociosa bastante alta, desemprego em níveis altos (embora em trajetória de gradual queda), níveis de burocracia que entravam a nossa produtividade e bancos com linhas de crédito ainda em níveis muito abaixo dos recordes, principalmente do BNDES.

Além disso, sofre de baixo nível de confiança de investidores tanto nacionais quanto internacionais, o que gera uma pressão negativa no preço de nosso ativos.

O que o mercado está esperando?

O mercado analisa o novo cenário político-econômico e hoje busca sinalizações quanto a priorização de reformas e propostas mais complexas de difícil aprovação pelo Legislativo, uma vez que esse tema não foi central durante o período de campanha eleitoral. A não priorização de temas chave traria risco e volatilidade aos ativos brasileiros, sendo o valor de nossa moeda frente ao dólar o primeiro alvo dos investidores.

Fernando Pavani, CEO da BeeTech, acredita que “os movimentos que estão no Brasil poderão destravar grandes alavancas de crescimento e aumento de produtividade”.

A Reforma da Previdência é vista como um possível divisor de águas do novo governo dada a sua urgência.

“A reforma [da previdência] proposta pelo governo já não é mais suficiente, dada a intensidade dos problemas que se acumularam desde então, notadamente o aumento dos gastos com pessoal, que tolheu o espaço para as demais despesas” diz Fabio Giambiagi, chefe do Departamento de Pesquisa Econômica do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O projeto que for aprovado pelo Legislativo poderá definir o cenário político-econômico nacional nos anos seguintes. A Reforma Tributária, abertura comercial e privatizações são alguns exemplos. Em breve publicaremos textos analisando mais profundamente as propostas e quais os impactos nos principais ativos.

Diante de tantas dúvidas, uma coisa é certa: Jair Bolsonaro enfrentará um quadro desafiador, com grande oposição política, cenário econômico ainda fragilizado e a piora na oferta de serviços públicos. Além disso, contará com um Congresso mais fragmentado e o crescimento de bancadas com interesses corporativistas, o que pode se mostrar um grande empecilho ao avanço da agenda econômica.

Custará ao novo presidente aglutinar a população altamente polarizada em torno de um projeto nacional suprapartidário.

O mercado dá o benefício da dúvida a Jair Bolsonaro, apoiado por uma equipe econômica liberal-reformista e bem intencionada para com a economia brasileira. Esse casamento, que tem dado fôlego à alta recente do dólar após chegar na casa dos R$ 4,20, será o pano de fundo do início do governo do novo presidente, mas há muita lição de casa acumulada a ser feita.

Cenário político-econômico brasileiro vive expectativa diante de novo governo.

E o Dólar? Vai aumentar ou baixar?

O cenário internacional

Hoje observamos um movimento de desaceleração do crescimento mundial primordialmente decorrente de políticas protecionistas e guerras comerciais entre os principais blocos econômicos, principalmente as superpotências Estados Unidos e China.

Paralelamente, há um aperto gradual das condições financeiras internacionais após uma década de imensa liquidez, o que pode implicar em fortalecimento adicional da moeda americana frente às principais divisas.

Além disso, a China caminha rumo a períodos de menor crescimento e, por mais que seja um movimento gradual, não deixa de ser um agravante. Para piorar, temos a Argentina, o maior comprador de nossas exportações, passando por um cenário político-econômico preocupante.

O quadro explicitado acima é particularmente preocupante para os países emergentes, cujos ativos costumam sofrer em tempos de incertezas e menor apetite por risco de investidores globais.

O Brasil hoje é visto como um país com enorme potencial em seus ativos, porém com problemas sérios a serem resolvidos. Burocracia e complexidade tributária estão entre os maiores problemas brasileiros explicitados no relatório do Banco Mundial Doing Business de 2018, além da notória corrupção em todos os níveis hierárquicos de nosso sistema, seja no setor público ou no privado.

De qualquer maneira, o panorama é positivo e investidores internacionais estão fazendo as suas apostas. Após as eleições, muitos players entraram em ações e juros na expectativa de retornos uma vez que a economia passe a crescer conforme seu potencial. Esses e muitos outros aguardam um pouco mais de clareza no rumo da economia para aumentarem as suas apostas.

Esses movimentos representam, na prática, doláres entrando em nossa economia e trazem consigo um reflexo: um dólar mais fraco.

Qual o melhor momento para comprar Dólar?

Analistas do mercado não descartam a possibilidade de o dólar cair a um patamar de R$ 3,50 a R$ 3,70 no curto prazo devido à euforia pós eleições, mas enxergam os R$ 3,70 a R$ 4,00 como a faixa mais adequada dado o cenário de risco externo.

“Acredito que o cenário para o real será muito suscetível à conjuntura doméstica se o mundo não tiver um choque muito grande de liquidez. (…) Antes das reformas, o patamar atual entre 3,70 e 3,80 deverá prevalecer. Porém, se confirmadas as mudanças estruturais, acredito que o real poderá cair a patamares muito menores, por conta da força relativa da economia e elevado crescimento que o Brasil terá nos próximos anos”, conclui Pavani.

É crucial que haja uma evolução evidente na agenda de reformas para que esse patamar seja crível e, portanto, sustentável. Afinal, é benefício da dúvida até que não seja mais.

Tendo em vista nosso cenário político-econômico atual e projeções econômicas futuras, muitos estão recorrendo aos investimentos internacionais. Recomendamos a leitura desse texto para saber mais.

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