Taxa de câmbio: como o câmbio impacta investimentos (até os internos)

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É comum você ouvir a expressão “o dólar subiu” ou “o dólar caiu” para falar da movimentação do câmbio. As moedas oscilam umas com as outras e isso traz enormes consequências para a economia, principalmente os investimentos, tudo relacionado à tal taxa de câmbio.

Primeiro, vamos compreender o que é a “taxa de câmbio” em relação aos investimentos – há duas formas distintas em que isso acaba impactando: são os investimentos de brasileiros em ativos no exterior, cotados em moedas estrangeiras, ou investimento de estrangeiros em ativos no Brasil, cotados em reais.

Ambos são afetados pelo equilíbrio entre o real e as moedas estrangeiras, geralmente o dólar.

Taxa de câmbio: qual a causa para variação

O que causa essa variação no equilíbrio a cada minuto? Os fatores que afetam a taxa de câmbio são as taxas de juros, o crescimento econômico e a demanda por certas moedas. Isso pode ser explicado da seguinte forma.

Taxa de juros: altas taxas de juros servem para atrair dinheiro para o país. Por natureza, o dinheiro flui de lugares de baixo rendimento para alto rendimento. Onde estão os altos retornos? O dinheiro de curto prazo vai fluir para isso. Como resultado, moedas em países com taxas de juros altas tendem a se valorizar – mas nem sempre. O governo brasileiro usou as taxas altas de juros, uma das maiores do mundo, para atrair capital para cá nas últimas décadas.

Crescimento econômico: se a taxa de crescimento estiver muito forte e isso estiver superaquecendo o mercado – causando um aumento generalizado de preços -, o Banco Central provavelmente aumentará as taxas de juros para ajudar a conter a inflação. Além disso, crescimento econômico geralmente gera a atração de capital estrangeiro, que também tende a valorizar nossa moeda.

Necessidades de negociação de moedas: o dinheiro flui do comércio, da exportação e dos turistas estrangeiros que chegam ao país. Como o fluxo de dinheiro afeta o real? A resposta é que as transações dentro do Brasil precisam ser feitas em real, o que faz com que os estrangeiros precisem trocar moeda estrangeira por real. Com a forte demanda, a nossa moeda se aprecia. Um aumento de exportações ou turismo, portanto, tem resultados práticos na taxa de câmbio.

Taxa de câmbio: qual impacto na economia

As taxas de câmbio têm impactos positivos e negativos na economia real. Isso pode fazer com que o país perca sua competividade (porque se o real está mais caro, os custos também estão) ou se torne mais competitivo – se o real está fraco, as receitas de uma empresa exportadora em dólar quando convertidas para real serão maiores, ao passo que o custo permaneceu o mesmo. Muitas empresas fazem proteções cambiais para não serem pegas em um cenário extremo, seja de alta, seja de baixo.

No entanto, uma taxa de câmbio mais forte ajuda a reduzir o custo das importações diminuindo o custo de vida e aumentar o poder de compra do brasileiro – por isso, fica muito mais fácil sair do Brasil em épocas que o real está baixo.

As taxas de câmbio são o que os operadores de exportação/importação enfrentam todos os dias em suas profissões. Com a variação da taxa de câmbio, as receitas ou despesas serão incertas e isso pode causar lucros ou perdas adicionais.

No entanto, a volatilidade da taxa de câmbio é difícil de prever porque há muitos fatores que afetam o movimento das taxas de câmbio como, os fundamentos econômicos do país, a política monetária e fiscal, a economia mundial, previsão e especulação, instabilidade política no país e no exterior, psicologia do mercado e rumores.

Embora uma empresa não possa controlar as flutuações cambiais, ela pode gerenciar o risco cambial usando as ferramentas apropriadas para cobertura, como contratos futuros em moeda estrangeira, sendo assim capaz de gerenciar receita e custos de forma mais eficiente e trazer previsibilidade.

Em resumo, a taxa de câmbio é um fator na economia real que afeta a taxa de retorno sobre o comércio e o investimento. Entender a dinâmica da taxa de câmbio e acompanhar a situação, com aconselhamento especializado, pode ser fundamental para empresas relacionadas ao comércio internacional.

Taxa de câmbio: impacto nos seus investimentos em bolsa

Se há implicações enormes na economia real, é claro que também há impactos fortes no mundo dos investimentos. A Bolsa, a renda fixa e até mesmo o mercado imobiliário são afetados de maneira direta ou indireta pela movimentação do câmbio.

Como já falamos, as empresas exportadoras da B3, por exemplo, tendem a ser impactadas negativamente se o dólar cai ou positivamente se a moeda subir, por exemplo, dado que possuem receitas em moedas estrangeiras e custos de produção em reais, como companhias relacionadas a commodities e frigoríficos. A variação das moedas, portanto, impactam no preço das ações dessa empresa.

Por outro lado, as empresas importadoras ou que estão fortemente endividadas em moedas estrangeiras se beneficiam e sofrem de outra maneira. Uma empresa que tomou empréstimos no exterior, portanto, passa a dever mais (em reais) se o dólar subir, o que aumenta seu endividamento na moeda local.

Em relação aos fundos de investimentos, existem fundos cambiais que são diretamente impactados pela variação do câmbio. A maioria deles, se não todos, acompanham o sobe e desce das moedas estrangeiras – e, portanto, apostam na movimentação dos preços dessas moedas.

Existem também investimentos estrangeiros em solo nacional: ETFs e BDRs. O IVVB11, por exemplo, segue o desempenho do S&P 500, o principal índice da bolsa americana – mas também se afeta com a variação do dólar, embora seja cotado em real. Ou seja, se a bolsa americana se valorizar e a moeda se desvalorizar na mesma proporção, o investidor fica no zero-a-zero.

Existem também as BDRs, sigla de Brazilian Depositary Receipts, ou recibos depositários brasileiros – que são equivalentes às ações (ou pedaços de ações) de empresas estrangeiras negociadas na B3. Um banco compra a ação lá fora, emite um recibo e vende aqui dentro, o que se torna o equivalente do papel na bolsa estrangeira. Esses ativos também são cotados em reais, mas sofrem impacto do câmbio. Logo, os BDRs estariam mais caros para o investidor hoje, com o dólar a mais de R$ 5, do que estavam no passado, com o dólar mais próximo a R$ 4.

Já a renda fixa e os fundos imobiliários são afetados de maneira mais indireta do que de outra forma. Em relação aos FIIs, os fundos mais sensíveis ao dólar são aqueles que investem em terrenos para construir, incorporar e revender, porque a variação do dólar pode alterar os preços dos materiais de construção.

Taxa de câmbio: como impacta investimento em startups nacionais

O câmbio também impacta se você está do outro lado do balcão: caso você tenha uma empresa que tenha recebido investimentos, ou que esteja para receber recursos, é necessário ficar de olho na taxa de câmbio. No campo do Venture Capital, o gerenciamento e o cálculo da exposição das empresas ao câmbio tem sido tipicamente complicados e negligenciados.

Se você está levantando uma rodada de Série A, precisa ter em mente que é importante já ter um plano de negócios que permita projetar a longo prazo. Ou seja, a sua ideia já deve ter saído do papel e seus gastos já são conhecidos. É importante conhecer seus potenciais investidores cedo e começar o processo muito antes da conclusão – até mesmo seis meses antes de quando você acredita que precisará do dinheiro.

E isso pode fazer muita diferença em relação ao câmbio da data – se há uma variação expressiva na moeda no período de captação, você sofrerá esse impacto.  Se você tem gastos muito fortes em moeda estrangeira – uma equipe de programadores de fora do país, por exemplo -, pode ser que você precise captar mais por conta disso, já que com o real valendo menos, a sua projeção de receitas versus custos se altera.

Ao receber o dinheiro do seu investidor, talvez não seja a melhor opção trazê-lo todo de uma vez para o Brasil. Você pode se beneficiar da variação cambial mantendo o dinheiro em uma estrutura fora do país – e só trazer o que precisa e quando precisar. É importante ter esse tipo de noção do câmbio para fazer o dinheiro render mais e ajudar mais sua empresa.

Além de trabalhar para criar a condição ideal de crescimento e encantamento, muitos empreendedores se perdem nas questões técnicas e nas burocracias de trazer dinheiro de fora do Brasil para cá.  Trazer dinheiro de fora para sua empresa – e entender o melhor momento para tal – não precisa ser um terror. Vários fundos de Venture Capital demandam uma estrutura muito simples, que você pode usar para trazer o dinheiro para o Brasil de maneira legal e rápida.  

As burocracias da nossa legislação são imensas, e isso dificulta para muitos empreendedores neste momento. Além de arrumar a casa e para criar a condição ideal de crescimento e encantamento, essas burocracias podem ser muito danosas perante os possíveis investidores. Na ânsia de conseguir cumprir com essas burocracias, muitos investidores trazem todo o dinheiro de uma única vez. Mas não precisa ser assim…

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