Insurtech: qual o impacto no segmento de seguros?

Saiba o que é uma insurtech, quantas existem no país e como elas estão revolucionando o mercado brasileiro!

Quem acompanha as novidades do mercado nacional sabe que as startups têm se consolidado em vários setores. Afinal, elas investem na prestação de múltiplos serviços, no uso de recursos tecnológicos e, em especial, na presença digital. Não é à toa que existem diferentes categorizações para essas empresas, como a healthtech, a construtech, a agrotech e a insurtech — que atua no ramo de seguros.

Um modelo de negócio que, como é sabido, se consolidou ao longo do tempo como um serviço presencial. Diante disso, é normal que surjam dúvidas sobre como uma insurtech opera, quais as particularidades desse tipo de empresa e como ela pretende revolucionar o setor. Por esse motivo, trouxemos um post que vai lhe deixar a par de tudo isso. Confira!

O que é uma insurtech?

As insurtechs são empresas que estão inovando o mercado de seguros. Elas recebem esse nome justamente por conta do alto investimento em tecnologia. Algo que entra aqui não só como diferencial na oferta de produtos e assistência ao público consumidor. Na verdade, ela é a base de todo o serviço dessas companhias que são, em sua maioria, startups. É justamente aí que se diferenciam das organizações tradicionais do setor.

Tanto é que, mesmo tendo escritórios físicos, elas concentram a operação delas por meio de plataformas, sites e aplicativos. Meios virtuais que permitem desde o atendimento online até a contratação e o acionamento remoto de diferentes planos de seguros.

Até mesmo etapas burocráticas envolvendo o asseguramento de bens (materiais e físicos) e pessoas é simplificado e otimizado. Tudo ocorre de forma virtual e automática. É o caso do planejamento de cotação, da entrega de documentação, do preenchimento de contratos, comparação de preços com concorrentes, pagamento de boletos, etc.

Quais os tipos de seguros trabalhados pelas insurtechs?

Existem insurtechs que trabalham com os mais diversos formatos de seguro. Entre os mais frequentes estão: residencial, patrimonial e veículo (seja moto, seja carro). Eles dão cobertura, por exemplo, em caso de roubo, furto, danos leves, perdas materiais e acidentes. Já o seguro de vida, que também é um modelo bastante popular, cobre tanto morte (de causa natural ou acidental) quanto invalidez.

Além dessas opções, você vai encontrar startups que apostam na oferta de seguro viagem. Algo bastante procurado por quem pretende embarcar para fora do Brasil ou mesmo permanecer algumas temporadas no exterior. É o caso de quem vai fazer intercâmbio, participar de eventos esportivos, integrar programas de voluntariado,  etc. Mas não para aí.

Há companhias que disponibilizam seguros menos convencionais, voltados para nichos do mercado. É o caso de seguro para eletrônicos, bicicletas e patinetes (regular e/ou elétrico) e específicos para celulares top de linha. O propósito deles é assistir os usuários em caso de defeitos e situações de criminalidade (como roubo e furto).

Fora o que foi falado, ainda há empresas que contam com seguro de saúde e odonto. Essa é uma alternativa para quem não quer contratar plano de saúde ou vai viajar para locais sem serviço de saúde gratuito. Um exemplo disso são os Estados Unidos, onde mesmo os nativos pagam por atendimentos, exames, cirurgias, serviço de urgência/emergência, internações,  etc.

Por fim, ainda há insutechs que têm foco em seguro saúde empresarial. Por conta desse serviço, elas trabalham exclusivamente com pessoas jurídicas. A cobertura funciona, geralmente, no modelo de reembolso. Ou seja, os colaboradores das organizações contratantes se consultam e fazem exames particulares e depois acionam o seguro. Dentro de um prazo pré-estipulado pela startup, eles têm o valor desembolsado devolvido.

Quantas insurtechs tem no Brasil?

Há 129 insurtechs ativas em território nacional. Além disso, só no ano de 2021, elas foram responsáveis por captar cerca de US$ 71,25 milhões em investimentos para expansão dos serviços e cartela de produtos. Isso é o que mostra um levantamento da Digital Insurance, divulgado pelo SINCOR-SP. Considerando toda a América Latina, os cinco maiores mercados de empresas de seguro são:

• Brasil: com 129 startups;
• México: com 82 startups;
• Argentina: com 71 startups;
• Chile: com 41 startups;
• Colômbia: com 31 startups.

No quesito investimento, Chile e México ficam, respectivamente, em segundo e terceiro colocados com US$ 30 milhões e US$ 16,25 milhões captados. A seguir, você confere algumas das insurtechs brasileiras e quais os principais diferenciais delas.

Youse

A primeira insurtech da nossa seleção é a Youse. A companhia trabalha com três modelos de seguro que são bastante procurados: de vida, residencial e de veículo. O primeiro garante indenização não só para morte natural e acidental, mas também para diagnósticos de câncer. Fora a assistência personalizada para idosos, crianças, pessoas com deficiência, etc.

O seguro residencial cobre desde danos por desastres naturais até situações de invasão e bloqueio de acesso ao imóvel por tumultos. Já o seguro de carro abrange panes, reparos na lataria, acidentes, colisões, danos causados a terceiros e despesas médicas necessárias para passageiros machucados/lesionados.

Pier

A Pier, por outro lado, disponibiliza dois formatos de seguro: para carros e telefones. Um dos pontos de destaque na cotação dessa empresa é a personalização do que o seu plano vai cobrir conforme o seu orçamento. Além disso, ela avalia os índices de criminalidade na sua região, deixando, dessa forma, o serviço mais adequado para a sua realidade.

A Pier se destaca por cobrir os usuários em diversos problemas da rotina, inclusive questões como estacionamento, troca de pneu e falta de gasolina. Já quando se trata de celulares, eles não fazem distinção entre aparelhos novos ou usados. Ambos podem ser assegurados.

Vale pontuar ainda que a empresa aceita pagamentos de diferentes formas, inclusive PIX. A ideia é justamente facilitar ao máximo a contratação e manutenção dos seguros para os consumidores.

Thinkseg

A Thinkseg é uma insurtech com foco em seguro para automóveis. Você faz todo o processo de cotação, contratação do serviço e, inclusive, inspeção do carro de forma online, por meio do aplicativo da empresa. O pagamento do seguro é feito mensalmente. O motivo disso é dar mais flexibilidade ao usuário, permitindo que ele só tenha essa despesa quando realmente for usar o veículo.

Os dois principais planos da startup são o Perda Total Mão na Roda e o Pay Per Use. O primeiro dá uma cobertura básica para questões de roubo e furto, pequenos reparos e perda total. Já o segundo vai além, assegurando o contratante até mesmo em caso de batidas, incêndio e desastres ambientais. Vale mencionar ainda que ambos os planos preveem assistência residencial de serviços de reparo e conserto para o seu lar.

Ciclic

A Ciclic, por sua vez, é uma insurtech com uma grande variedade de serviços. Ao todo, são seis opções de seguro para os clientes, sendo quatro deles voltados para cobertura de viagens, residências, veículos e celular e outros aparelhos portáteis.

Fora isso, a companhia disponibiliza dois tipos de seguro saúde. O primeiro é para pessoas, com consultas presenciais, telemedicina e descontos na compra de medicamentos.

Já o segundo é voltado para animais de estimação. Ele cobre desde consultas e exames até terapias e procedimentos cirúrgicos para seu amigo de quatro patas. Para completar, a startup também conta com uma linha personalizada de empréstimo para os clientes.

Kakau

Outra insurtech que vale a pena mencionar nessa seleção é a Kakau. Essa insurtech trabalha com dois modelos de seguro que saem do óbvio: para celulares e bicicletas. A proposta deles é justamente garantir uma proteção extra para os cidadãos que investem em aparelhos e equipamentos de última geração e com alto custo.

Afinal, não só a perda, o furto e o roubo representam uma grande dor de cabeça, mas também problemas de funcionamento ou quebra desses itens. Isso porque o conserto deles nem sempre é acessível.

Entre os smartphones cobertos pela empresa estão os das marcas Apple, Samsung, Xiaomi, Motorola e Huawei. Já as marcas de bike cobertas pelo seguro incluem modelos da Astro, Bulls, Caloi, Monark e Decathlon.

Minuto Seguros

A Minuto Seguros é uma insurtech que oferta serviços com seguradoras parceiras. Entre elas, estão empresas tradicionais do mercado, como Porto Seguros, HDI Seguros e Liberty Seguros. É por essa razão que a cartela de serviços delas é bastante ampla, abarcando planos de cobertura de vida, patrimônio, veículos, imóveis e viagens.

Além disso, ela também disponibiliza seguro saúde para empresas, com consultas em rede de referência, exames eletivos e de emergência e direito à internação. Outro diferencial é o acesso à plataforma Creditas, que permite ao consumidor simular e contratar empréstimos.

Qual o impacto das insurtechs no mercado de seguros?

A seguir, você vai conferir os principais impactos que o segmento de insurtechs tem causado no setor de seguros. São fatores que se correlacionam diretamente ao crescimento dessas empresas. Fique atento!

Acessibilidade ao seguro

Sem dúvidas, o primeiro impacto é a acessibilidade ao seguro. Afinal, o consumidor não precisa se dirigir a um banco ou a uma corretora em horário comercial para cotar e contratar um seguro. Ele faz isso virtualmente em casa ou em qualquer outro lugar — e o melhor: na hora que bem decidir. Basta pegar o tablet, o notebook ou até mesmo o celular.

O processo de vistorias e acionamento da assistência é feito de forma remota e desburocratizada. Para completar, o usuário pode personalizar o tipo de cobertura que deseja conforme critérios pessoais, de uso e benefícios extras. Tudo isso para que o cliente tenha o máximo de praticidade e otimização de tempo.

Variedade de serviços prestados

As insurtechs não se prendem apenas aos seguros padrões. Existem modelos de proteção e cobertura para os mais diferentes fins, desde seguro de vida até seguro para pets. Isso os torna mais interessantes a públicos e nichos diversos. Outro ponto importante é a assistência prestada que traz mais serviços e o melhor: por um custo-benefício reduzido.

Facilidade de pagamento

As insurtechs vão na contramão das companhias tradicionais de seguro. Isso porque muitas delas trabalham com planos mensais. Ou seja, é uma contratação simplificada como ocorre em muitos serviços atuais de streaming, um modelo de negócio que já se popularizou no mercado.

É por essa razão que os seguros são sem fidelidade, sem carência e com possibilidade de cancelamento a qualquer momento. Soma-se a isso o fato de poderem ser pagos de diferentes formas: cartão, débito automático, boleto bancário e até mesmo Pix.

Como criar uma insurtech?

Para criar uma insurtech, o primeiro passo é fazer um estudo de mercado. Ele será indispensável para traçar o seu local de atuação e cobertura de clientes. Além, é claro, de lhe ajudar a definir o público-alvo do negócio e o portfólio de serviços que será ofertado. Esse mesmo levantamento ainda será útil para que você avalie os concorrentes.

A partir disso, você saberá quais os pontos fracos deles para explorar a favor do seu empreendimento. O segundo passo é desenvolver um protótipo de plataforma de atendimento ao cliente. O que pode ser um site e/ou um app. Um local no qual o segurado pode contratar o serviço, acionar a empresa e solicitar a assistência que precisa.

Esse mesmo protótipo é o que vai ser utilizado para promover a sua ideia de negócio a potenciais parceiros comerciais, investidores e sócios. Isso mostra como ele atuará na prática e como vai se posicionar no setor de seguros. Afinal, obter financiamento é crucial para a implementação da insurtech. Realizadas as etapas anteriores, você deverá investir no marketing digital para divulgar a empresa e começar a captação de clientes.

Como você viu, o segmento de insurtech tem despontado no Brasil, ao atrair altos investimentos e encontrar um mercado aquecido para se expandir. O que não é à toa, já que os consumidores têm buscado cada vez mais por empresas que ofereçam soluções tecnológicas e digitais.

Portanto, vale a pena conhecer mais sobre elas e estudar o setor de seguros, especialmente se você pensa em abrir uma startup no ramo. Dessa forma, dá para customizar sua cartela de serviços e produtos para sair na frente da concorrência.

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