Lockdown na China impacta exportações 2022

O lockdown na China em 2022, adotado desde o começo de abril deste ano, tem reflexos diretos sobre a economia global. O Brasil não ficaria de fora, já que é um grande exportador de produtos primários para o gigante asiático.

Como o desempenho da balança comercial brasileira pode ser negativamente impactado pelo movimento, diversos institutos já indicam uma possível redução das exportações em 2022. Acompanhe a análise a seguir e entenda os reflexos do lockdown na China.

E o lockdown na China continua

O atual lockdown na China foi adotado de maneira bastante intensa, apesar dos números. A quarentena é necessária, como já sabemos, pois o coronavírus persiste a se alastrar no gigante asiático. Desde março, já foram mais de 500 mil casos de Covid-19 no país, mas com poucas mortes.

Apesar das poucas mortes, o país está em operação de guerra. As pessoas estão reclusas e só podem sair de casa para fazer testes de Covid, drones estão patrulhando as ruas de maneira intensa, os infectados são levados para “centros de quarentena” e já houve uma corrida aos mercado a ponto de faltar comida nas prateleiras.  

Não há consenso das razões para um lockdown tão intenso na China, uma vez que quase 90% da população já tomou as duas doses da vacina. Mas há algumas hipóteses do porquê. Primeiro, a China pode estar adotando uma postura responsável para reduzir mortes e evitar novas variantes do vírus 

Segundo, pode ser que a China tenha adotado uma política muito dura e não quer reconhecer que ela é insustentável.  E ainda há uma terceira hipótese: de que a China tem informações que os países do Ocidente ainda não descobriram. 

Independente do verdadeiro motivo, o lockdown persiste e isso tem impacto direto sobre a economia global, particularmente para a economia brasileira.

Lockdown na China pode impactar exportações em 2022

O Brasil é um grande exportador de produtos primários para a China, dos mais diversos, como minério de ferro, soja, carne, dentre outros. Nas últimas décadas, o gigante asiático se especializou em produtos de maior teor tecnológico, como computadores, celulares e carros, por exemplo.

Com o lockdown na China, parte das cadeias produtivas estão interrompidas, pois os trabalhadores estão em casa e as empresas com as portas fechadas. Isso, por sua vez, tem reflexo nas importações do país asiático. 

Uma vez que o Brasil é um grande fornecedor da China, o lockdown local pode ter algum impacto sobre as exportações em 2022. Além da interrupção das cadeias produtivas, há o impacto do aumento dos preços que tem afetado o mundo todo.

Os preços das exportações em 2022 subiram 19,6% entre os meses de janeiro e abril, enquanto os das importações saltaram 32,2%. Os preços mais elevados, apesar de ser um estímulo para que as empresas brasileiras tenham intenção de exportar, impactam diretamente na intenção de importações por parte das empresas chinesas.

Por outro lado, o próprio ambiente de incerteza que se cria com os lockdowns promovidos pela China acabam influenciando no valor da moeda norte-americana.

Com o dólar mais caro e o preço das commodities em constante elevação, cria-se um ambiente propositivo para as exportações do Brasil.

Neste sentido, com elementos igualmente importantes que jogam contra e a favor das exportações brasileiras, é cedo para dizer qual o verdadeiro impacto das medidas de isolamento social chinesa sobre nossos negócios.

Outras variáveis além do lockdown na China

A Guerra na Ucrânia tem sido uma variável de impacto nas exportações brasileiras ao longo desses meses. Produtos diretamente influenciados pelo conflito, como petróleo, trigo, fertilizantes e outros alimentos passaram a ser mais demandados. 

No geral, de janeiro a abril de 2022, o total de exportações brasileiras cresceram 24,1% em valores nominais, em comparação com o mesmo período de 2021. Complementarmente, as importações avançaram 27,6%. Apesar do maior ritmo de importações, o volume exportado pelo Brasil ainda é superior.

Além do conflito entre Rússia e Ucrânia, o novo lockdown na China deve intensificar os gargalos que ainda não tinham sido superados em 2021 e começo de 2022 nas cadeias de suprimento globais. Apesar disto, o novo capítulo da Guerra, envolvendo Suécia e Finlândia, deve prolongar o movimento de alta dos preços e impactar o comércio brasileiro com o resto do mundo.

Tudo isso tem como pano de fundo uma provável mudança de postura do Federal Reserve, que já fala abertamente, inclusive por meio do seu presidente, Jerome Powell, sobre a necessidade de acelerar o ritmo de aumento de juros nos Estados Unidos.

Aumentos mais contundentes nos juros americanos associados à mudança de postura de outros bancos centrais ao redor do mundo também devem produzir uma nova dinâmica no mercado de câmbio e, consequentemente, no comércio exterior brasileiro.

Seguimos de olho!

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