Produtos afetados pela cotação do dólar em tempos de pandemia

O dólar tem alcançado índices históricos frente ao real e isso impacta diretamente no bolso do consumidor; entenda

Com o avanço da covid-19, síndrome respiratória grave que pode levar à morte, as economias mundo a fora estão vivendo dias de instabilidade.

A crise global é uma realidade incontestável e o resultado disso tudo afeta diretamente o bolso do consumidor.

A cotação do dólar hoje no Brasil é de R$ 5,41. 

Em meio à pandemia, a moeda americana já chegou a R$ 5,70 e, não sai da casa dos R$ 5 desde que o novo coronavírus se instalou de vez no país.

Isso representa a franca desvalorização da moeda brasileira, que chegou a meados de março com quase 27% de perda do seu valor anual.

Esse número coloca o Real no primeiro lugar do ranking de moedas mais desvalorizadas entre os países emergentes.

É o pior resultado em 11 anos.

A explicação para esse resultado negativo está no fato de que em momentos de crise os investidores tendem a fugir de países de risco, como o Brasil.

Nessas situações, como a provocada pela pandemia, a rota de fuga é sempre o Tesouro Americano, já que o dólar é um dos ativos mais seguros do mercado de ações.

Impactos da alta do dólar

Para além dos preços de passagem para a Disney, o dólar nas alturas eleva também o valor de produtos no supermercado e até na padaria, já que o trigo usado na fabricação do pão é importado.

No entanto, o principal setor afetado é o de eletrônicos, pois a maioria dos produtos conta com peças importadas da China, de onde o novo coronavírus surgiu.

Sendo a primeira nação a notificar casos da covid-19, a China foi também a primeira a sofrer os impactos econômicos, tendo sua produção paralisada por meses, desencadeando um verdadeiro efeito cascata ao redor do globo.

O setor alimentício também já sente os efeitos da crise global.

Vinhos, uísques, chocolates e azeites importados já tiveram seus preços reajustados nas gôndolas de supermercado e, certamente, terão que administrar prejuízos em longo prazo.

O motivo é que o novo coronavírus não é apenas um problema de saúde pública, sua contenção implica diretamente na economia.

Afinal, a recomendação é para que as pessoas fiquem em casa e evitem aglomerações, como as comuns em centros comerciais.

Por conta disso, muitas pequenas e médias empresas se vêm obrigadas a dispensar seu quadro de funcionários ou, na melhor das hipóteses, se valer das medidas adotadas pelo governo de reduzir jornadas e salários durante o período de pandemia.

Com a situação de incerteza, o consumidor está mais cauteloso na hora de fazer compras, focando em itens essenciais, que muitas vezes são adquiridos em compras on-line cujos pagamentos podem ser feitos por meio de transferências internacionais.

Esse comportamento também contribui para um desaquecimento da economia nacional.

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