Reunião do Copom hoje: Banco Central anuncia aumento de 0,50%

Na reunião do Copom hoje (3 de agosto) foi anunciado o aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 13,75%. Esse é o maior índice registrado no Brasil desde dezembro de 2016, as decisões dessa reunião trazem impactos financeiros a milhares de brasileiros.

Na última reunião que aconteceu em junho, o Banco Central havia elevado a taxa Selic a13,25%. Nas reuniões anteriores, as projeções indicavam que o ciclo de elevações poderia ser encerrado em junho.
Entretanto, as altas além do previsto, foram impactadas pelas decisões da política econômica internacional de órgãos como Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) e do Banco Central Europeu aumentaram a pressão sobre os juros brasileiros.

Reunião do Copom hoje traz impacto na economia

Não é só retórica! A reunião do Copom hoje e as decisões tomadas ali, deverão produzir efeitos importantes na economia brasileira, a começar pelo nível de atividade econômica.

Quanto mais elevada for a taxa de juros, maior a atratividade dos títulos públicos. Em outras palavras, os investimentos financeiros começam a concorrer com os investimentos produtivos e isso tira tração da economia.

Os próprios bancos comerciais ficam mais inclinados a investir em títulos públicos em detrimento dos empréstimos que poderiam ser feitos às pessoas físicas e jurídicas.

Pessoas e empresas passam a pagar ainda mais caro pelos empréstimos e financiamentos e isso, evidentemente, desencoraja a tomada de recursos financeiros.

Nós, economistas, costumamos dizer que a taxa básica de juros é como uma corda que puxa a economia para trás. Quanto mais elevada a Selic, maior a força da corda para frear a atividade econômica.

Os membros do Banco Central vão dizer que um dos impactos é a redução da inflação, mas como temos visto, a taxa de juros começou a subir há muitos meses e até aqui os impactos desta elevação sobre os preços é bastante discutível, mas isso é outra história.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom hoje

O dólar deve continuar oscilando em relação à moeda brasileira, tal como vimos na última semana. Isso porque se esperava na reunião do Copom hoje, além da decisão de aumentar em 0,50% a taxa básica de juros, uma postura que exigiria novos aumentos em setembro e, eventualmente em outubro, as duas próximas reuniões do comitê.

Espera-se por uma valorização do dólar porque os títulos públicos ficam mais atrativos também para os investidores estrangeiros, que podem optar por aportar recursos em títulos soberanos brasileiros.

É claro que tentar predizer o movimento do câmbio exclusivamente a partir da decisão do Banco Central do Brasil seria um erro, afinal de contas, os investidores estão olhando para o comportamento dos demais bancos centrais no mundo inteiro.

Como o banco central norte-americano já deixou claro que deve diminuir o ritmo de aumentos na taxa de juros e como a economia mundial passou a mostrar claros sinais de desaceleração é muito provável que os títulos brasileiros voltem a ser destaque no quesito rendimento.

Tudo isso posto, há uma tendência de curto prazo de valorização da moeda brasileira, que deve avançar sobre o dólar devido a esse eventual aumento de fluxo de capitais em direção ao Brasil.

É importante lembrar que faltam apenas dois meses para as eleições, o que pode causar alguma reversão nessa tendência com bastante volatilidade nas próximas semanas.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom hoje

A reunião do Copom hoje gera impactos no cenário econômico. A economia brasileira teve um desempenho relativamente bom no primeiro semestre de 2022, com indicadores mostrando tração inclusive nas primeiras semanas do terceiro trimestre.

Boa parte desse bom comportamento veio da normalização de funcionamento do setor de serviços, que tem colaborado com a melhora bastante sustentada do mercado de trabalho, mas parte também veio do governo.

Na expectativa de produzir uma dinâmica mais interessante à economia, afinal de contas é ano de eleição, houve liberação de recursos do FGTS, cerca de R$30 bilhões, antecipação de décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas e, mais recentemente, a aprovação de emenda à constituição que promete injetar mais R$41 bilhões até o final do ano.

A aprovação dos recentes  pacotes de estímulos deve ajudar a economia a permanecer crescendo neste terceiro trimestre, mas o aumento crônico dos juros no país promete jogar no time contrário, atuando em favor da desaceleração da economia e reversão desse movimento de normalização da atividade econômica.

Essa perda do ritmo econômico deve ser produzida pelas nossas próprias escolhas diante do aumento da Selic. O empresário deve migrar, em alguma medida, dos investimentos produtivos para os títulos públicos e os consumidores devem adiar a compra da casa, do carro, da geladeira etc.

Próxima reunião do Copom

A próxima reunião do Copom será nos dias 20 e 21 de setembro.

E segundo o próprio comunicado expedido pelo banco, ficou um cheirinho de que o ciclo se encerrou este mês.

É verdade que os riscos fiscais, que são as reduções de impostos associadas a uma boa dose de gastos do governo tem trazido um pouco de temor para o banco central brasileiro e para o mercado, mas é verdade também, que uma crise internacional pode atuar para diminuir um pouco das pressões inflacionárias no mundo todo.

Caso a inflação mostre alguma persistência adicional nas próximas semanas, após os efeitos da diminuição do ICMS sobre os preços, o Bacen pode optar em fazer o dito ajuste residual de 0,25% em setembro, o que, creio eu, não deve acontecer.

Seguimos de olho!

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