Dólar bate R$4,50 e real sofre maior desvalorização da história

O dólar permanece batendo recorde atrás de recorde ante o real e já sugere atingir os R$ 4,50. Em linha com a semana passada, boa parte do desempenho do dólar está atrelado ao avanço do Coronavírus e as expectativas em relação às eleições estadunidenses.

Como temos destacado em nossas últimas leituras, a ameaça do Coronavírus ainda não se dissipou. Na realidade ela se alastrou. Já se fala em mais de 85 mil infectados dispersos em mais de 50 países. Lembrando que o vírus já levou a óbito aproximadamente 2 mil pessoas, a maioria delas na China. 

Complementarmente, o presidente Donald Trump deu declarações na quarta (26) atribuindo o movimento dos mercados financeiros especialmente às expectativas com o resultado das eleições. Em suas palavras, “a cada declaração de um candidato democrata, o mercado financeiro reage”, pois há a incerteza natural das eleições.

Mas Trump também destacou que há um forte movimento de “sell-off”, ou seja, o forte movimento de venda de ativos para realização de lucros. Em grande medida, os dados históricos confirmam esse tipo de movimento em conjunturas similares.

Não podemos deixar de comentar que a situação entre o Executivo e o Congresso brasileiro causa preocupações e também tem desdobramentos sobre o câmbio do dólar. As tensões, que se agravaram com a convocação de manifestações por parte do presidente, preocupam especialmente pela possibilidade de pautas bomba no Congresso, alimentando o déficit primário.

Isso posto, com o persistente avanço do Coronavírus, a moeda brasileira permanece em trajetória de depreciação. Considerando a semana de carnaval, o dólar começou a semana cotado a R$ 4,3875 na abertura do pregão de quarta-feira (26) e atingiu R$ 4,5090 na abertura do pregão desta sexta-feira (28), uma variação de 2,8%. 

Leia também as análises da semana para o euro e para a libra esterlina.

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