Mudança no BCE já afeta a Europa

O clima de espera contamina o ambiente externo e interno com a guerra comercial ainda assustando os investidores, que não sabem para qual lado Trump irá se virar. Na Europa, teremos mudanças em quem se sentará na cadeira de presidente do BCE, o banco central europeu. Sai Mario Draghi, entra Christine Lagarde.

No Brasil, o recesso parlamentar desta semana não produz novidades quanto a Reforma da Previdência.

Em todos os lugares que vemos, não houveram tantas movimentações: bolsas e câmbios estão na linha d’água, enquanto a curva de juros que sofre mínima pressão para baixo.

Com a monotonia à vista, voltamos os olhares aos incentivos tão aguardados por investidores mundo afora: estímulos por parte dos bancos centrais.

Afinal de contas, ninguém quer perder a liquidez fornecida até então por estas instituições. Como não faltam recursos aos grandes bancos ( recompra de títulos, redução da taxa de juros ou qualquer outro novo instrumento utilizado) importa muito quem é que está no comando.

Troca de cadeiras

Na Europa, teremos mudanças em quem se sentará na cadeira de presidente do BCE, o banco central europeu. Sai Mario Draghi, entra Christine Lagarde.

Draghi estava com um discurso que agradava ao mercado no sentido de aumento de estímulos monetários. Agora, é importante entender se Lagarde também seguirá o mesmo tom.

Ela é diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex-ministra francesa. Mas a sua saída é oficial, já que submeteu nesta terça-feira (16) seu pedido de renúncia ao cargo, que passa a valer a partir de 12 de setembro.

Neste meio tempo, o gerente interino David Lipton estará no cargo. Pelo lado de quem assumirá o comando do FMI, não faltarão desafios no comando de uma instituição internacional dedicada à cooperação econômica em um momento em que fervilham conflitos, busca-se estabilizar a economia global e manutenção de capital suficiente para continuar emprestando a países que enfrentem problemas de caixa.

Queremos saber como Lagarde conduzirá a política monetária. Como ela nunca ocupou um cargo com esta incumbência, muita gente desconfia de sua habilidade em liderar o banco central de um bloco tão representativo e que não passa por seus melhores momentos.

Na Alemanha, o índice ZEW de confiança do investidor recuou pelo terceiro mês consecutivo, reforçando a fragilidade do bloco. Portanto, o papel do presidente do BCE será fundamental para que os estímulos aguardados pelos investidores e empresários seja fornecido.

Por ora, tudo indica que ela não deverá alterar o discurso e causar grandes transtornos. O projeto será conquistar a confiança do mercado para começar a atuação – e se não atender às necessidades e expectativas, conseguir lidar com as decepções e a perda de confiança.

Ainda não é um veredito final, mas estaremos atentos a todas as próximas falas, comunicados e indícios de como será a condução da política monetária europeia.

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