Recessão à Vista? Os efeitos econômicos da nova guerra tarifária

A nova guerra tarifária iniciada por Donald Trump reacende temores de uma recessão nos Estados Unidos e seus efeitos em cadeia pelo mundo. A elevação de tarifas, o aumento da incerteza econômica e os primeiros sinais de desaceleração colocam a economia americana em alerta.
Mas os impactos não param por aí: países como Brasil, China e membros da União Europeia também sentem os reflexos dessa turbulência. Neste texto, explicamos como a guerra tarifária pode levar os EUA a uma recessão, quais os efeitos esperados sobre o Brasil, o câmbio e os mercados globais.
Os EUA podem entrar em recessão?
A guerra tarifária iniciada pela nova política de Donald Trump tem elevado os riscos de recessão nos Estados Unidos. Economistas destacam que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os custos de produção, reduzir o consumo e afetar negativamente o comércio internacional.
Além disso, a guerra tarifária pode levar à reorganização das cadeias produtivas globais, aumentando a incerteza econômica na sociedade, reduzindo os investimentos das empresas e também o consumo dos agentes.
O que é uma recessão?
Tecnicamente, recessão é definida como dois trimestres consecutivos de queda no Produto Interno Bruto (PIB). Historicamente, os EUA enfrentaram recessões significativas, como a Grande Recessão de 2008, causada pela crise financeira, e a recessão de 2020, provocada pela pandemia de COVID-19.
No cenário atual, parece cedo para afirmar que dois trimestres consecutivos de queda no PIB americano irão acontecer. Todavia, é quase certo que ao menos ‘1 trimestre, quando os efeitos das tarifas começarem a ocorrer, devem aparecer.
Uma possível recessão americana pode afetar o globo?
Sim, uma recessão nos EUA pode ter efeitos globais devido à interconexão das economias. A guerra tarifária pode reduzir o comércio internacional, afetando exportações e investimentos em países como o Brasil, a China e membros da União Europeia.
Além disso, a incerteza econômica pode levar a uma fuga de capitais de mercados emergentes, desvalorizando suas moedas e aumentando os custos de financiamento.
Como uma recessão global afeta os ativos financeiros e a bolsa?
Em um cenário de recessão global, os ativos financeiros tendem a sofrer. As bolsas de valores podem registrar quedas devido à redução dos lucros corporativos e ao aumento da aversão ao risco. Commodities, como petróleo e metais, podem ter seus preços reduzidos pela menor demanda.
Ademais, a guerra tarifária aumenta a volatilidade dos mercados, tornando os investimentos mais arriscados.
O Brasil pode ser afetado por essa crise?
O Brasil pode sentir os efeitos de uma recessão nos EUA por meio da redução das exportações, especialmente de commodities. A guerra tarifária pode diminuir a demanda global, afetando negativamente a balança comercial brasileira.
Outro ponto nocivo é a incerteza econômica que pode levar à desvalorização do real e ao aumento da inflação. Políticas econômicas ativas do governo brasileiro podem mitigar esses impactos, mas o cenário permanece desafiador.
O que esperar do câmbio brasileiro em um cenário de recessão nos EUA?
O câmbio brasileiro pode enfrentar volatilidade. A guerra tarifária aumenta a incerteza, levando investidores a buscar ativos mais seguros, como o dólar americano. Isso pode resultar na desvalorização do real.
Somado a isso, a redução das exportações brasileiras pode afetar negativamente a entrada de dólares no país, pressionando ainda mais o câmbio.
Perguntas frequentes
Sim. A nova guerra tarifária iniciada por Donald Trump eleva significativamente o risco de uma recessão nos EUA.
Sim. Uma recessão americana teria impactos diretos sobre o Brasil, principalmente pela via do comércio exterior e da confiança dos investidores. A guerra tarifária pode diminuir a demanda global, afetando nossas exportações, especialmente de commodities.
A guerra tarifária tende a gerar desvalorização do real. Em cenários de recessão nos EUA e alta incerteza internacional, o dólar se valoriza globalmente e os investidores buscam segurança, abandonando moedas de países emergentes.