Reunião do Copom reduz a Selic em 0,25p.p em maio

Reunião do Copom em maio traz impacto para a economia nacional

O Banco Central do Brasil decidiu na quarta-feira (8), por meio do Comitê de Política Monetária, pelo corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros brasileira.

O país, que iniciou o ano de 2023 com uma taxa de juros extremamente elevada, a 13,75% ao ano, deve encerrar 2024 com a Selic próxima dos 9,75%, patamar ainda elevado se considerarmos as taxas de juros  ao redor do mundo.

O mercado estava dividido entre aqueles que projetavam um corte de 0,50% e aqueles que esperavam por uma redução mais branda, de 0,25%. Essa cisão nas expectativas decorreu, em parte, do aumento do clima de incerteza global e do entendimento de que o Fed não vai reduzir tão cedo a taxa de juros nos EUA.

Apesar da diminuição da Selic, a taxa de juros permanecerá em território contracionista. Mesmo com a redução, a taxa de juros ainda se mantém em um nível nominal consideravelmente alto, e a recente queda da inflação no país tem aumentado os retornos para os investidores em títulos de renda fixa e rendimentos da poupança.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom em maio

Os impactos da decisão do Copom hoje devem ser moderados, pois embora houvesse uma grande divergência entre os analistas quanto ao tamanho da redução, a maior parte deles já esperava por um corte de 0,25%

Pela primeira vez em muitos meses houve uma grande dissonância nas expectativas dos agentes quanto aos próximos passos do Banco Central do Brasil. Grande divergência que foi alimentada pelo aumento do clima de incerteza quanto ao cenário externo e pela revisão fiscal doméstica, anunciada no mês de abril.

No entanto, precisamos ponderar que houve divergência na decisão do colegiado do Banco Central. Como a decisão do Copom foi dividida, com quatro votos pela redução de 0,50% e 5 pelo corte de 0,25%, o mercado pode enfrentar alguma volatilidade ao longo dos próximos dias.

Além da decisão dividida, o comitê se absteve de antecipar o futuro movimento da política monetária, anunciando apenas que observará a evolução dos dados para a próxima decisão.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom em maio

Apesar do ritmo pouco intenso nos cortes da Selic, a expectativa é de que os primeiros sinais do afrouxamento monetário comecem a aparecer em breve e isso inclui a redução do custo do crédito para famílias e empresas.

Embora ainda seja incipiente, já há alguma redução do custo do dinheiro no país. Dados mais recentes do Banco Central mostram o custo de crédito com pequenas diminuições nos dados até março.

A expectativa é de que a redução da taxa básica ajude a sustentar o crescimento esperado da economia para este ano, de 2,2%.

Próxima reunião do Copom

O Copom deixou claro na última reunião, realizada nos dias 7 e 8 de maio, que a luta contra a inflação ainda não terminou. A autoridade monetária brasileira se diz vigilante em relação às reformas que pretendem dar sustentabilidade às contas públicas e ao cenário externo.

A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 18 e 19 de junho e, embora não haja nenhuma indicação do comitê quanto aos próximos passos da política monetária, deve trazer mais um corte de 0,25% na taxa básica de juros do país.

A nossa expectativa é de que o comitê continue o seu plano de voo e encerre o ciclo de cortes da Selic em setembro, quando a taxa alcançar 9,75%.

Seguimos de olho!

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