Não é só de agricultura que o Brasil vive. Apesar do agronegócio ainda ser um dos motores de nossa economia, as startups brasileiras vem chamando atenção do investidor estrangeiro, o que pode trazer ainda mais dólares na forma de investimentos para cá, e o que aconteceu em 2019 merece atenção.
Segundo levantamento do Distrito, as empresas do país receberam US$ 2,7 bilhões em aportes no ano passado, de 260 rodadas de investimento. É um crescimento de 80% na comparação com 2018, que contribuiu para a conta financeira do nosso Balanço de Pagamentos.
Apesar de o número chamar atenção, o número de aportes, de 260, foi um pouco menor do que as 263 rodadas de investimentos realizadas em 2017.
Os aportes foram distribuídos principalmente para startups em estágio inicial, foram 87 de capital semente. Na sequência, 40 investimentos foram do tipo Série A, quando a empresa já está aprimorando o seu produto. Logo depois, 38 aportes para a fase pré-semente, antes mesmo das startups nascerem e apenas 11 investimentos em Série C, quando são empresas maduras. O amadurecimento do nosso mercado, só deixa a porta aberta para que 2020 seja ainda melhor.
Os fatos para que possamos ver mais ainda mais investimentos em nossas startups são vários. Para começar, a liquidez internacional está altíssima. Os bancos centrais ao redor do mundo todo estão incentivando e fomentando essa liquidez, ao mesmo tempo que as taxas de juros, muitas vezes negativas, faz com que esse dinheiro todo fique à procura de novas oportunidades para conseguir bons rendimentos.
Além do que, o mercado nacional tem começado a se desenvolver e chamar a atenção internacional como um celeiro de unicórnios. Só no último ano, tivemos cinco unicórnios (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão pelo mercado): Loggi, Gympass, QuintoAndar, Ebanx e Wildlife. Com isso, conquistamos o terceiro lugar no ranking de países com o maior número de empresas com este porte.
Por isso, temos muitos motivos (e novas ideias em geração) para acreditar que o número e volume de aportes em empresas brasileiras bata todos os recordes em 2020. Mas mesmo com toda essa euforia, vale fazer um pequeno contraponto.
No último ano, o grupo japonês SoftBank foi o responsável por quase metade do volume investido. Isso porque a corporação estava confiante e em plena expansão internacional. Contudo, devido as perdas que obteve com os investimentos na WeWork e Uber, esse ano já prometeu ter mais cautela e reduzir o volume aportado.
Mas como a liquidez internacional está alta, as startups brasileiras que apresentarem uma boa ideia inovadora e promissora, sem dúvida, receberão aportes e toda a atenção devida internacional.
Portanto, vale colocar no radar qual será o tamanho dos investimentos que as startups brasileiras receberão. Já que não deixará de ser uma forma de vermos mais dólares entrando em nosso país, o que pode ajudar a deixar a moeda em um patamar mais confortável. Em tempos de ideias disruptivas, até o caminho para o dólar vir para cá começará a mudar.