Fundos de investimentos: o que são e como investir

Se você busca uma nova alternativa de aplicação financeira, conheça os fundos de investimentos. Nessa categoria, é possível diversificar e aumentar o potencial de rentabilidade.

Os fundos de investimentos são uma modalidade de aplicação financeira válida tanto para investidores iniciantes quanto para os mais experientes. A escolha dessa opção é um passo importante, já que permite que você diversifique sua carteira e tenha a possibilidade de aumentar a sua rentabilidade.

Para ter uma ideia, somente os fundos multimercado ofereceram um retorno de 27% no período entre março de 2021 e o mesmo mês de 2022. Os resultados positivos somados às características desse investimento fazem essa opção ser bastante procurada pelos investidores. Tanto é que a captação líquida foi de R$ 46,1 bilhões no 1º trimestre de 2022.

O que faz essa aplicação financeira ser tão interessante? A resposta está neste post. Afinal, são vários detalhes que tornam essa alternativa útil para diferentes perfis de investidor. Então, que tal conhecer melhor os fundos de investimentos? Continue lendo e saiba mais.

O que são fundos de investimentos?

Os fundos de investimentos são uma modalidade de aplicação financeira coletiva. Por isso, costuma-se dizer que são como um condomínio financeiro. Ou seja, vários investidores se unem para adquirirem cotas e recebem o retorno proporcional ao capital investido. 

O dinheiro é administrado por um gestor, que segue uma estratégia predeterminada. Assim, você já sabe o que esperar da gestão.

Todo o capital dos cotistas vai para um fundo comum. Ele forma o patrimônio que é administrado pelo gestor. Esse profissional tem o dever de decidir onde os recursos financeiros serão aplicados.

Nesse processo, seu objetivo é atingir o mesmo resultado de um índice de referência (gestão passiva) ou superar esse benchmark (gestão ativa). Porém, essa informação já é concedida antes mesmo de você adquirir as cotas.

Caso o gestor alcance o seu objetivo, ele tem uma remuneração extra. Devido a esse trabalho especializado, o investidor paga uma taxa de administração.

Apesar da variedade de opções do mercado nacional, também existe o fundo de capital estrangeiro. O conceito é o mesmo. A diferença é que os títulos, papéis e ações são originários de outros países. Com isso, você tem a chance de ganhar em uma moeda mais forte, como o dólar ou o euro. Portanto, essa é uma forma de saber como investir no exterior.

Quais são os principais tipos?

Todo fundo de investimento é diversificado por si só. Isso porque o gestor aplica o capital em diferentes títulos, com uma preferência maior por aqueles que atendem à estratégia definida. Por isso, existem diferentes categorias que podem ser selecionadas.

Dentro desse cenário, você precisa entender que investir em um fundo é como fazer uma aplicação indireta em um ativo. Explicando: em vez de comprar uma ação, um papel do Tesouro Direto ou um título privado, você adquire uma cota. A partir daí, o gestor fará a escolha das melhores opções.

Então, o que embasa a decisão desse profissional? Novamente, é a estratégia de investimentos traçada. Isso depende da gestão ser ativa ou passiva, além dos principais tipos dos maiores fundos de investimentos. Assim, você pode definir o que é interessante para você a partir do seu perfil de investidor.

A seguir, mostraremos quais são os principais tipos de fundos de investimentos e quais são suas características. Veja!

Fundo de renda fixa

Tem o foco na compra de 80% ou mais de títulos conservadores. Por isso, a carteira é bastante segura, mas ainda traz certa diversificação, o que pode potencializar a lucratividade e a rentabilidade.

O principal risco dessa alternativa está relacionado à variação da taxa Selic ou de índices de preços, como o IPCA, que mede a inflação oficial do Brasil. Apesar dos fundos de renda fixa terem essas características em comum, eles podem ter pequenas variações, já que existem subtipos.

O mais comum é o de fundos DI. Nesse caso, a aplicação é majoritariamente em títulos do Tesouro. Por sua vez, o objetivo é alcançar a rentabilidade do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), isto é, da taxa de negociação entre os bancos. Ela costuma ficar pouco abaixo da Selic.

Além disso, outros dois tipos de fundos de renda fixa bastante comuns são os de: 

  • crédito privado: o foco é a compra de títulos emitidos por empresas. Tendem a oferecer um risco e uma rentabilidade maior;
  • debêntures incentivadas: buscam adquirir papéis emitidos por empresas, mas seguindo as características desse ativo. Uma vantagem é a isenção de Imposto de Renda (IR).

Fundo de ações

É composto por 67% ou mais de títulos emitidos por empresas, que são negociados na bolsa de valores ou no balcão organizado. Por isso, é mais arriscado, apesar de ter o restante do percentual alocado em outras categorias, inclusive algumas mais conservadoras.

O risco principal se refere à oscilação de preço dos papéis. Ainda assim, é uma boa alternativa para quem pensa no longo prazo. Isso porque há chance de obter uma boa rentabilidade considerando um período maior.

Fundo cambial

Tem 80% ou mais do seu patrimônio alocado em ativos que dependem da variação de preços das moedas estrangeiras. Principalmente dólar e euro, que são historicamente mais valorizados do que o real.

Assim, o gestor busca acompanhar a cotação da moeda e ter um resultado próximo ao registrado na valorização. Por outro lado, esse fator também é o risco principal, já que a volatilidade desses ativos é muito grande.

Por exemplo, imagine que você comprou as cotas com o dólar custando R$ 5. Caso o preço da moeda baixe para R$ 3, seu investimento teve prejuízo. Por isso, é fundamental pesquisar e verificar as tendências de mercado para curto, médio e longo prazo. Afinal, esse fundo costuma ser utilizado para hedge cambial, ou seja, proteção do patrimônio.

Fundo de curto prazo

É um fundo em que o capital é aplicado em títulos privados da renda fixa e do Tesouro. Eles podem ser prefixados ou indexados pela Selic ou outros índices de preço. Por isso, costumam ser mais indicados para quem tem perfil conservador.

A grande característica dos fundos de curto prazo é o período de duração. O prazo máximo é de 365 dias. Por isso, é uma alternativa para quem ainda está em formação da reserva de emergência e/ou construção do seu patrimônio. Também é recomendado para pessoas em processo de educação financeira.

Fundo imobiliário

O FII é específico para o investimento em empreendimentos imobiliários. Aqui, existem duas possibilidades: 

  • fundos de papel: aplicam em títulos lastreados no setor imobiliário. Por exemplo, Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Hipotecárias (LH);
  • fundos de tijolo: têm o capital aplicado em empreendimentos físicos. A rentabilidade depende do aluguel ou do lucro da venda gerada pelas operações feitas.

Em ambos os casos, o risco maior é o de vacância. Por exemplo, em uma situação de crise, é normal que haja uma desocupação maior de lajes imobiliárias, shoppings e galpões logísticos. Por isso, o rendimento pode ficar aquém do esperado.

Por outro lado, essa é uma forma de investir no setor, sem comprar uma propriedade. Ainda vale a pena observar que esses fundos são fechados. Ou seja, o resgate de cotas só é permitido no seu fechamento. Portanto, o foco é o longo prazo.

A negociação costuma ser feita na própria bolsa de valores. Além disso, o lucro é isento de IR.

Fundo multimercado

É a opção mais diversificada entre os fundos de investimentos. Isso porque não há aplicação de capital em nenhum mercado específico. Portanto, a composição do portfólio é feita a partir de vários setores e tipos.

Na prática, o gestor pode aplicar em renda fixa, ações, câmbio, derivativos etc. Assim, há vários fatores de risco envolvidos, mas nenhum compromisso de concentração em um deles. Por esse motivo, é ideal para quem pensa na diversificação de investimentos.

Fundo misto

Nessa categoria, o capital também é aplicado de forma diversificada. A composição abrange ações, obrigações (rendimento fixo) e instrumentos de tesouraria — esses últimos consistem em investimentos alternativos.

Fundo de dívida

Aplica 80% ou mais do patrimônio em títulos da dívida externa da União. Portanto, os papéis são emitidos pelo governo federal, mas negociados no exterior.

Fundo de previdência

É aquela em que o capital dos investidores é aplicado em planos de previdência, tanto PGBL quanto VGBL. Essa categoria tem alguns benefícios tributários e o foco é sempre o longo prazo.

Fundo Mútuo de Privatização (FMP)

É uma categoria em que a aplicação é feita majoritariamente em ações de empresas estatais em processo de capitalização ou desestatização. Os aportes são feitos com recursos do FGTS. Um exemplo é o FMP da Eletrobras, lançado em 2022.

Quais são as vantagens dos fundos de investimentos?

Existem muitas vantagens ao aplicar seu dinheiro nos fundos de investimentos. Porém, vamos trazer os principais benefícios de maneira mais clara a partir de agora. Confira!

Diversificação de investimentos

Os fundos são diversificados, porque nenhum deles terá 100% do capital alocado em apenas uma categoria. Por isso, quem tem perfil arriscado consegue equilibrar com a segurança da renda fixa. Já os conservadores podem ganhar mais com o potencial de rentabilidade maior dos títulos da renda variável.

Praticidade para aplicar o dinheiro

Você investe seu dinheiro e pode deixar de se preocupar com a aplicação financeira. Quem decide onde o capital será alocado é o gestor profissional. Portanto, há uma exigência menor de acompanhamento de resultados.

Liquidez a curto e longo prazo

Existem fundos de todos os tipos. Alguns apresentam uma liquidez mais baixa, voltados para o longo prazo. Por sua vez, também há aqueles que garantem o resgate em um período menor, até mesmo em poucos dias. Basta atentar a esse detalhe e escolher o mais adequado para você.

Custo acessível para o investidor

Os valores cobrados são divididos entre todos os cotistas, o que tende a tornar o investimento mais acessível. Apenas cuidado com a taxa de administração. O recomendado é que ela não ultrapasse 2%.

Acessibilidade para investidores iniciantes

Para investir em fundos de investimentos, você não precisa ter conhecimento aprofundado do mercado. Como a aplicação do capital é definida pelo gestor, essa modalidade é indicada para pessoas de todos os perfis. Além disso, existem opções diferentes e com preços diversos, o que aumenta a chance de encontrar a alternativa ideal para a sua realidade. Isso mesmo com pouco dinheiro.

Segurança para quem investir

Os fundos têm um CNPJ próprio. Ou seja, todo o capital dos cotistas fica em uma estrutura separada do gestor. Portanto, há uma segurança maior, caso alguma das instituições vinculadas entre em falência.

Como funciona a estrutura dos fundos?

O funcionamento desse investimento é bastante simples. Porém, para entender exatamente esse processo, é necessário conferir a estrutura dos fundos. Ela é sempre igual. Veja o que considerar.

Gestor

Pode ser uma pessoa específica ou um comitê que toma as decisões. Normalmente, é um grupo especializado em finanças e economia. De toda forma, esse é o papel responsável pela compra e venda de ativos.

Administrador

O administrador executa várias atividades. Entre elas: 

  • controle das cotas;
  • acompanhamento do fluxo de caixa;
  • atenção aos direitos dos cotistas;
  • divulgação das informações;
  • cumprimento das normas legais.

Costuma ser uma empresa ou grupo que cuida de toda a rotina do fundo.

Custodiante

É a empresa contratada para fazer o armazenamento dos ativos do portfólio do fundo. Portanto, é responsável pela segurança dos investimentos.

Auditor

Consiste em uma empresa especializada que analisa os documentos, as demonstrações financeiras e outros dados relevantes. Normalmente, ocorre uma vez ao ano. Vale a pena observar que essa é uma exigência para o funcionamento legal do fundo.

Distribuidor

Faz a conexão entre os cotistas e os fundos de investimentos. Com o distribuidor, você sana dúvidas e resolve problemas. Normalmente, são os bancos e as corretoras de valores.

Quais são os riscos e as desvantagens?

Apesar de existirem vários motivos para investir em fundos de investimentos, também há riscos e desvantagens a considerar. A primeira delas se refere ao custo. Ainda que esse ponto possa ser favorável, a taxa de administração também pode ser bastante alta e corroer o seu rendimento.

Por isso, é fundamental evitar qualquer fundo com uma alíquota acima de 2% para essa cobrança. Além disso, você não tem possibilidade de escolha. Quem toma as decisões é, exclusivamente, o gestor. Portanto, se quiser ter mais autonomia, os fundos não são a melhor alternativa.

Em relação aos riscos, também existem vários que precisam ser considerados. Eles são: 

  • risco de crédito: refere-se à possibilidade de falência do fundo devido a uma má administração. Para evitá-lo, é necessário pesquisar e se informar;
  • risco de mercado: está relacionado a oscilações econômicas e monetárias;
  • risco de liquidez: consiste na possibilidade de você precisar do dinheiro e não poder resgatá-lo, porque o fundo é fechado. Por isso, verifique esse aspecto antes de comprar as suas cotas. 

Como escolher um fundo de investimento? Veja o passo a passo

Diante de tantas possibilidades, é difícil descobrir qual fundo de investimento é o melhor para você. Por isso, apresentamos um passo a passo para tomar a decisão certa.

Observe o risco e a classificação do fundo

Avalie as condições para saber se o fundo está alinhado ao seu perfil de investidor. Nesse processo, vale a pena responder um teste de suitability para identificar as suas características atuais. Além disso, verifique o prazo de resgate para evitar que o seu dinheiro fique “preso” em uma situação de emergência.

Leia a lâmina de informações essenciais

Esse documento resume as principais informações do regulamento e do prospecto do fundo de investimentos. Por exemplo: 

  • rentabilidade dos últimos 5 anos;
  • composição da carteira;
  • taxas cobradas;
  • nível de risco.

A lâmina é atualizada todos os meses e, geralmente, traz gráficos e tabelas para facilitar a visualização dos dados. Além disso, o documento deve estar divulgado em destaque no site e qualquer pessoa deve conseguir acessá-lo.

Conheça a estratégia do fundo

Avalie essa questão de forma aprofundada, já que uma categoria pode trazer várias subdivisões. Por isso, considere as informações dos gestores sobre as estratégias adotadas. Aqui, vale pesquisar informações nos sites das instituições financeiras.

Use janelas móveis para uma visão mais completa

A ferramenta de janelas móveis permite analisar o histórico do fundo. Assim, você identifica qual foi o retorno em determinado período. Ainda que resultados passados não sejam garantia nenhuma, são um bom indicador.

Adote o drawdown para entender o risco de mercado

A métrica permite saber quais problemas já foram registrados e quanto tempo levou para se recuperar. Assim, você entende o risco envolvido de forma mais concreta e toma sua decisão.

Confira as taxas cobradas

Ainda que elas sejam inevitáveis, quanto menos você pagar, melhor. Isso porque as taxas corroem o seu rendimento. Por isso, vale a pena analisar com atenção.

Veja o capital mínimo inicial

O valor inicial varia muito de acordo com os fundos de investimentos. Por isso, tenha certeza de que tem essa quantia para aplicar.

Analise o benchmark

O índice de referência do fundo é um parâmetro para avaliar o desempenho da carteira. Portanto, as decisões do gestor são embasadas no benchmark.

Avalie o rating

As avaliações externas são importantes para ver a reputação do fundo no mercado. Isso porque consideram a rentabilidade, o nível de risco, os objetivos e outros fatores. Dessa forma, aumenta a chance de você fazer uma escolha acertada.

Quais são as taxas e as tributações?

A principal taxa cobrada é a de administração do fundo. Ela não deve ultrapassar 2%. No entanto, ainda tem mais. Uma delas é a taxa de performance. Ela é paga somente quando o gestor alcança a meta estipulada. No entanto, é mais um fator para reduzir o seu retorno efetivo.

Outras cobranças e tributações são: 

  • taxa de saída: incide no momento de resgate das cotas. Não é uma cobrança obrigatória. Por isso, é preciso verificar na política do fundo;
  • Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF): é pago somente quando o resgate do capital ocorre antes de 30 dias. Porém, os fundos de ações são isentos;
  • Imposto de Renda: de modo geral, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor é a alíquota paga.

Portanto, fica claro que existem vários detalhes a observar. De toda forma, os fundos de investimentos são boas opções para aplicar seu dinheiro. Tudo depende do seu perfil e do que você alcançar.

Além disso, vale a pena lembrar que existem os fundos de investimentos no exterior. Eles têm características semelhantes, mas variam em sua forma. De qualquer maneira, são alternativas para começar a ter uma rentabilidade em moeda estrangeira.

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Resumindo

Quais são os fundos de investimentos?

Os fundos de investimentos são variados e existem de vários tipos. Por exemplo, de renda fixa, de ações, multimercado etc.

Qual é o melhor fundo de investimentos?

Não existe uma resposta única. É preciso analisar a lâmina e verificar a estratégia adotada para saber se está alinhada ao seu perfil de investidor.

Como funcionam os fundos de investimentos?

O funcionamento é semelhante a um condomínio. Ao aplicar seu capital, você se torna cotista. As decisões de alocação do dinheiro são definidas pelo gestor.

Quanto paga um fundo de investimentos?

O rendimento varia de acordo com a categoria e o desempenho do gestor. Portanto, não existe resposta clara.

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