O que é a super quarta e como ela impacta a economia?

As decisões da super quarta impactam a economia do Brasil e dos EUA em diversos aspectos, inclusive, sob a perspectiva dos investimentos.

Você deve ter notado no noticiário que a economia brasileira atravessa um momento complexo que, embora seja marcado pela redução dos juros, ainda sente os efeitos da política monetária contracionista, mas isso não se restringe apenas ao Brasil, nos Estados Unidos, o cenário também é desafiador com uma inflação teimosamente elevada e um ritmo de atividade econômica acima do esperado pelo Federal Reserve.

Nesses países, é comum que órgãos responsáveis pelas decisões monetárias se reúnam para definir os rumos da economia, essas decisões que impactam a sociedade são tomadas em reuniões e uma das mais importantes é a super quarta. Mas afinal você sabe o que é? 

Neste artigo você vai entender mais sobre um tema acompanhado com atenção pelos investidores e que impacta a vida de milhares de pessoas, confira!

O que é a super quarta?

A “super quarta” é o nome utilizado quando  Bacen e o Fed divulgam as taxas de juros de Brasil e Estados Unidos no mesmo dia, em uma quarta-feira. Em diversos momentos, os eventos do Brasil e EUA coincidiram, reforçando a origem da expressão.

As decisões tomadas nestes encontros no Brasil são de responsabilidade do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e nos EUA do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve. Essas decisões impactam a economia de ambos países, já que implicam em decisões de política monetária.

Super quarta no Brasil

No Brasil, o Copom deve anunciar a redução da taxa Selic em 0,50%, assim como nos meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Se confirmada, essa será a sexta redução consecutiva em que o comitê decidiu cortar os juros depois de um ciclo de 11 meses marcados pela manutenção da Selic em 13,75%.

O anúncio deve ser recebido sem surpresa por parte do mercado, já que o próprio Copom havia antecipado cortes da mesma magnitude nas reuniões remanescentes de 2023 e 2024. Os últimos meses foram marcados pela continuidade do processo de desinflação, no entanto, a população brasileira de maneira geral ainda sente essa alta nos preços, sobretudo nos alimentos.

Como os riscos de uma nova escalada nos preços não estão totalmente descartados, o Copom deve fazer cortes graduais na taxa básica de juros conhecida como Selic, nas próximas reuniões do Copom.

Em março de 2021, o Copom começou a subir a Selic, colocando a economia brasileira como uma das primeiras dentre as maiores do mundo a iniciar um ciclo de alta de juros para combater a inflação, em geral, com cenários bem semelhantes aos de outros países.

De lá para cá, a taxa Selic saltou de 2% para 13,75% ao ano. A decisão da reunião de janeiro convergiu com as projeções do mercado para reunião do Copom que indicavam que o Banco Central cortaria mais uma vez a taxa de juros em 50 pontos base. Para os especialistas, o Copom deve dar pistas sobre os próximos passos da política monetária e sinalizar, ainda que de modo muito cautelar, que o ciclo de cortes deve continuar pelos próximos meses.

Quando é a próxima Super Quarta?

A próxima super quarta será dia 31 de julho de 2024.

Próximas Super Quartas

Em 2024, teremos 4 “super quartas”:

  • 31 de janeiro
  • 20 de março
  • 31 de julho
  • 7 de setembro

Próxima reunião do Fed 2024

A próxima reunião de política monetária do Fed acontecerá nos dias 30 de abril e 1º de maio. Vale ressaltar que o anúncio da nova taxa dos juros americanos impacta não apenas os cidadãos que vivem no país, mas também os investidores mundiais atentos às recentes mudanças econômicas.

Próximas reuniões do Fed

  • 19 e 20 de março de 2024;
  • 30 de abril e 1º de maio de 2024;
  • 11 e 12 de junho de 2024;
  • 30 e 31 de julho de 2024;
  • 17 e 18 de setembro de 2024;
  • 6 e 7 de novembro de 2024;
  • 17 e 18 de dezembro de 2024.

Super quarta no mundo

O Fed deve manter a taxa básica de juros inalterada em 5,25% a 5,50%. Essa manutenção ainda preocupa o mercado porque, a despeito da acomodação da inflação, o nível de atividade econômica continua acima do desejado pelo Banco Central local.

A manutenção da taxa de juros nos EUA inevitavelmente causa impactos globais e afeta a economia brasileira com as oscilações no câmbio e nos preços das ações negociadas na Bolsa de Valores. Apesar disso, a inércia do Fed neste momento pode trazer algum movimento de desvalorização da divisa brasileira no curto prazo.

Apesar de os EUA manterem a sua taxa básica de juros inalterada, o cenário é um pouco diferente do Brasil. O Federal Reserve (Fed) atua como uma espécie de Banco Central global, e é o responsável por comunicar as decisões econômicas.

No Brasil, o Copom deve anunciar o sexto corte consecutivo da Selic e a expectativa é de que o ciclo de cortes perdure ao longo dos próximos meses. Nos EUA, os juros devem ser mantidos no corredor de 5,25% e 5,50% ao ano, entretanto, a inflação ainda mostra sinais de resiliência, a despeito da desaceleração do aumento de preços registrado nos últimos meses.

Assim como no Brasil, o desafio do Fed é tentar controlar a inflação, que afeta o poder de compra de milhões de pessoas e consequentemente diversos setores da economia.

Como os EUA são um dos principais mercados do mundo e controla a moeda que é referência para a realização de transações globais, as ações do Fed trazem impactos que não ficam restritos apenas à economia norte-americana, mas a todos os demais países.

O que esperar do Fed?

Apesar dos recentes aumentos dos preços e da resiliência da economia norte-americana, o Fed deve manter o tom cauteloso e indicar que agora é hora de esperar para ver os efeitos defasados da política monetária. O tom cauteloso do Fed expressa a preocupação da autoridade monetária norte-americana com o nível de preços e de atividade econômica, ambas ainda acima do nível desejado pelo Banco Central dos Estados Unidos.

Essa leitura, apesar de aderente às atuais condições da economia dos Estados Unidos, representa um risco ao poder de compra da população. Está claro que a inflação vai demorar mais tempo a ceder e que a maior economia do mundo está sobreaquecida neste momento. Para os dois casos, inflação alta e sobreaquecimento da economia, os bancos costumam receitar aumentos de juros.

Posto isso, o Fed também não pode negligenciar os problemas do sistema financeiro local e simplesmente continuar o seu ciclo de aumento de juros. Na última reunião, o FOMC anunciou a manutenção dos juros e disse que seu sistema financeiro é sólido. A necessidade de tal afirmação se faz necessária depois das diversas falências bancárias registradas ao longo do primeiro semestre do ano passado.

Reunião do Banco Central Europeu e os impactos econômicos

Apesar da persistência inflacionária registrada na Zona do Euro e dos riscos econômicos que a guerra pode trazer, o Banco Central Europeu decidiu, sem surpresa, manter a taxa de juros inalterada aos 4,50% ao ano.

O BCE anunciou no dia 25 de janeiro de 2024 a manutenção da taxa de juros a 4,50%, o nível mais elevado desde novembro de 2008, quando a autoridade monetária da Zona do Euro corria para reduzir os juros e enfrentar a crise do subprime.

No caso da Zona do Euro, a situação econômica é ainda mais grave quando analisamos o nível de preços. Os primeiros meses de 2024 mostraram persistência inflacionária em bens e serviços que normalmente apresentam baixa volatilidade.

A região está em um claro cenário de estagflação, quando inflação elevada convive com contração do nível de atividade econômica e isso pode ser um sinal de que o BCE não tenha mais fôlego para manter a taxa de juros inalterada por muito tempo. Em outras palavras, o BCE está ansioso para iniciar o seu ciclo de cortes de juros mas neste momento seria arriscado fazer este movimento antes do Federal Reserve.

Cenário econômico mundial, o que esperar?

A economia americana continua firme e o Fed pode optar por iniciar o ciclo de cortes de juros apenas no segundo semestre de 2024. Na Europa, apesar dos esforços do Banco Central Europeu em conter o índice de preços, a inflação mostra-se persistentemente elevada enquanto a atividade econômica mergulha em um estágio de estagnação.

Por fim, na China, o Banco Popular da China tem realizado esforços em reanimar a economia, com cortes de juros nas principais taxas utilizadas no país e alguma promessa de redução nos percentuais de compulsórios. Os dados do primeiro bimestre de 2024 sugerem alguma melhora no nível de atividade econômica a despeito dos problemas com o mercado imobiliário local.

Fique antenado nas principais movimentações da economia acessando o blog da Remessa Online.

FAQ

O que é a super quarta?

A “super quarta” é o nome utilizado quando  Bacen e o Fed divulgam as taxas de juros de Brasil e Estados Unidos no mesmo dia, em uma quarta-feira.

Por que a super quarta é importante?

É importante por reunir informações decisivas para a economia em diversos níveis.

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