Reunião do Copom em novembro foi marcada por nova queda da Selic

Reunião do Copom hoje traz impacto para a economia nacional

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil decidiu novamente pela queda da taxa Selic para 12,25%. Essa foi a terceira redução consecutiva da taxa básica de juros e faz parte de um movimento amplo de cortes que deve ocorrer nos próximos meses.

Embora já tenhamos sinais evidentes de arrefecimento da inflação e de acomodação da atividade econômica, os riscos de uma nova escalada dos preços obrigou o Copom a adotar um discurso cauteloso em relação aos próximos passos da autoridade monetária brasileira.

Depois de tocar o nível mais baixo em cerca de três anos, em junho, a inflação brasileira acumulada em 12 meses voltou a subir a partir de julho por influência do efeito-base das deflações registradas no meio do ano passado.

A despeito desse aumento na comparação anualizada, a expectativa de inflação para os próximos meses abriu a possibilidade de o país cumprir a meta de inflação em 2023 depois de dois anos consecutivos de descumprimento.

No campo da atividade econômica, a permanência da Selic em patamar tão elevado tem trazido consequências aos setores produtivos do país. A produção industrial tem andado de lado nos 9 primeiros meses do ano acompanhada de uma perda de ritmo do setor de serviços e do comércio varejista, que amargaram fortes quedas no mês de agosto.

A redução da taxa Selic não deve trazer efeitos imediatos sobre a economia produtiva, mas pode colaborar para um crescimento mais sustentado ao longo do ano que vem.

Qual o impacto no dólar depois da reunião do Copom hoje

Apesar da queda na taxa de juros isso não deve trazer impactos imediatos ao mercado de câmbio. O mercado agora espera por elementos mais concretos em relação à trajetória da taxa ao longo dos próximos meses.

Nesta quarta-feira (1), o Fed optou por manter a taxa de juros inalterada aos 5,50% ao ano, indicando que o Banco Central dos Estados Unidos deu por encerrado o longo e agudo ciclo de aumentos da taxa de juros americana, que atualmente encontra-se no nível mais elevado em cerca de 22 anos.

Vamos aos fatos, o Brasil ainda tem uma taxa de juros de 12,25% ao ano com uma inflação anualizada de 5,19%, com expectativa de que fique dentro do intervalo de tolerância da meta em 2023. Nos Estados Unidos a taxa de juros está no corredor de 5,25% ~ 5,50% e a taxa de inflação é de 3,7%.

Esse diferencial de taxa de juros real (juros menos inflação) tem canalizado um fluxo de dólares cada vez mais robusto em direção ao Brasil, movimento que foi parcialmente revertido dada a elevação das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos.

O que muda no Brasil com os dados da reunião do Copom em novembro

Da mesma forma que um corte na taxa básica de juros não deve promover mudanças importantes no mercado de câmbio, a redução da Selic também não deve trazer alterações imediatas à economia do país.

Isso porque as decisões de política monetária, como aumentos ou reduções na taxa de juros, demoram a aparecer para a sociedade como um todo.

Além disso, embora a redução da Selic seja muito bem-vinda neste momento, o patamar dos juros no país continuará sendo restritivo, ou seja, a Selic em 12,25% deve prestar praticamente o mesmo serviço que em 12,75%.

De modo geral, dentro do mercado de crédito, o que devemos ver ao longo deste semestre é a manutenção das taxas de juros cobradas de empresas e famílias, restringindo o consumo e os investimentos no país.

Próxima reunião do Copom

O Copom deixou muito claro nesta última reunião, realizada nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, que segue vigilante em relação ao comportamento da inflação doméstica, mas sugere que novos cortes de mesma magnitude (0,50%) devem ser feitos na Selic nas próximas reuniões.

Apesar da expressiva queda da inflação no país, o Copom deve adotar um tom ainda duro nas próximas reuniões de política monetária. Isso porque os riscos de um aumento da inflação provocado, por exemplo, por uma eventual elevação nos preços dos combustíveis, não estão totalmente fora de questão.

Além disso, os riscos fiscais parecem ter se avolumado nos últimos dias, aumentando a tensão no mercado e trazendo volatilidade aos mercados de ações e de câmbio.A próxima reunião do COPOM ocorrerá nos dias 12 e 13 de dezembro e deve trazer uma nova redução na taxa de juros do país.

Seguimos de olho!

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